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Consumo esfria e derruba vendas da Grendene no 3º tri

Dona da Ipanema e da Melissa conseguiu, porém, melhorar margem bruta e operacional com custos de matéria-prima mais baixos

Ipanema: marca de sandálias da Grendene viu um ambiente de preços mais competitivos no 3º tri (Panvel/Divulgação)

Ipanema: marca de sandálias da Grendene viu um ambiente de preços mais competitivos no 3º tri (Panvel/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 9 de novembro de 2023 às 20h54.

Com um cenário de consumo ainda bastante machucado, a Grendene registrou queda nas vendas, refletindo, também, um ambiente de preços mais descontados.

No terceiro trimestre, a receita líquida da fabricante da Melissa, Ipanema e Rider caiu 3,5%, para R$ 689,1 milhões, com o volume vendido ficando 7,2% menor. O lucro líquido somou R$ 134,3 milhões, 23% a menos do que um ano antes.

A última linha do balanço é explicada não só pela queda das vendas, mas também pelo resultado financeiro. Não que o grupo tenha custos de dívida representativos, mas, diferentemente de outros trimestres, neste a companhia tinha menos saldo aplicado em investimentos, o que reduziu a linha de receita financeiras, historicamente forte.

Isso aconteceu porque, ao longo do ano, a Grendene distribuiu R$ 1,1 bilhão aos acionistas e, também, pelo resultado dos investimentos em renda variável. A companhia permaneceu apenas com ações da Vale em sua carteira de investimentos -- um papel que embora tenha crescido, se valorizou menos do que no mesmo período anterior.

No operacional, apesar do impacto da demanda, a companhia conseguiu conter o aumento de despesas e se beneficiou da redução dos preços de matéria-prima, observa o diretor de relações com investidores, Alceu Albuquerque.

O lucro operacional cresceu 42%, para R$ 91,6 milhões, com a margem chegando a 13,3%, um aumento de 4,3 pontos percentuais. O custo de mercadoria vendida foi 5,8% menor.

"Mesmo diante dos ambientes doméstico e internacional adversos, entregamos um trimestre com crescimento de margens, avanço de resultado operacional e geração de caixa", diz ele.

A companhia, porém, tem o cenário macroeconômico como um pedra no sapato ainda durante o quarto trimestre. Até o fim de outubro, as vendas estavam muito em linha com o terceiro trimestre, segundo o diretor.

"O que a gente percebe é um nível de insegurança muito grande. Custo de oportunidade ainda alto, ainda mais calçado que é um produto de moda", observa. Apesar de conseguir vender mais ao consumidor final, a empresa tem visto os lojistas mais resistentes na recompisição de seus estoques. 

No on-line, em que vende diretamente ao cliente final, as vendas cresceram 40,5%. "Chegamos num patamar positivo que, daqui para frente, não vamos precisar de mais investimentos nesse canal para que ele cresça". 

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