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Começa a temporada de resultados do 2T22 nos EUA: o que esperar

Segundo muitos analistas, o segundo trimestre de 2022 poderia representar uma queda drástica nos lucros dos grandes bancos

Touro de Wall Street (Kay Nietfeld/Corbis/Latin Stock/Exame)

Touro de Wall Street (Kay Nietfeld/Corbis/Latin Stock/Exame)

Começa nesta quinta-feira, 14, a temporada de resultados do segundo trimestre de 2022 no mercado dos Estados Unidos.

Respeitando a tradição, os bancos americanos inaugurarão a temporada de resultados, com o JP Morgan (JPMC34) que vai ser a primeira instituição financeira a divulgar seus números.

Seguirão a Wells Fargo (WFCO34) e a Morgan Stanley (MSBR34), que também divulgarão seus números na quinta.

Na sexta, será a vez de

  • Citigroup
  • First Republic Bank
  • US Bancorp
  • PNC Financial Services Group
  • The Bank Of New York Mellon Corporation

O Bank of America, por sua vez, publicará os dados na próxima segunda-feira, 18, juntamente com o Goldman Sachs.

Entretanto, segundo muitos analistas, o segundo trimestre de 2022 poderia representar uma queda drástica nos lucros dos grandes bancos.

Mercado espera queda nos lucros dos bancos no 2T22

Olhando para os dados da Refinitiv, a previsão é que o JP Morgan tenha uma queda nos lucros de 25%, enquanto o Citigroup e Wells Fargo uma contração dos lucros de, respectivamente, 38% e 42%.

Queda de dois dígitos também para o Bank of America: - 29%, Morgan Stanley: -17%, enquanto para o Goldman Sachs as expectativas são de uma queda de 51%.

A queda nos lucros, segundo os analistas, seria ligada ao aumento das reservas para perdas esperadas com empréstimos.

Uma reviravolta em relação a um ano atrás, quando as instituições bancárias de Wall Street se beneficiaram da redução dessas provisões para dívidas duvidosas (PDDs).

Isso pois as perdas esperadas da pandemia não se materializaram e, pelo contrário, a economia americana ser recuperou rapidamente.

Além disso, será muito importante tentar entender qual terá sido o impacto do aumento das taxas de juros por parte do Federal Reserve (Fed) nas contas das empresas financeiras.

O Banco Central americano elevou o custo dos empréstimos três vezes este ano:

  • a primeira em março em 0,25%
  • a segunda em maio em 0,5%
  • a terceira em junho em 0,75%

Isso provavelmente aumentou a margem dos bancos norte-americanos, pois eles aumentam os juros sobre empréstimos e hipotecas concedidas mais rapidamente do que a taxa de juros paga sobre os depósitos.

Risco recessão no radar do mercado

No entanto, Wall Street está atenta aos sinais oriundos dos balanços que mostrem o risco de uma recessão.

A alta inflação nos Estados Unidos vai impor uma política monetária restritiva ainda mais agressiva por parte do Fed, pelo menos até o final de 2022 e provavelmente por boa parte de 2023.

Isso implica que a economia americana pode ser afetada por uma forte desaceleração econômica, que vai atingir empresas e famílias e, portanto, inevitavelmente também o setor financeiro.

A maioria dos bancos americanos saiu muito bem dos testes de estresse que o Fed realizou recentemente, mostrando uma estrutura financeira e de capital robusta que levou até para alguns aumentos de dividendos.

No entanto, a chegada de uma recessão pode aumentar a inadimplência nos balanços das instituições financeiras, alterando os índices de sustentabilidade.

Até os principais CEOs dos bancos americanos reconheceram que uma desaceleração econômica está chegando, mas não há consenso sobre sua gravidade.

Nas últimas semanas, o CEO do JP Morgan , Jamie Dimon , disse que um "furacão" estava a caminho, enquanto o CEO do Bank of America, Brian Moynihan , pareceu menos preocupado, dizendo que "estamos sempre prontos, não temos outra escolha".

Por sua vez, o CEO do Morgan Stanley, James Gorman , disse que há 50% de chance de recessão.

Nesse contexto, os bancos só podem acumular reservas. E isso vai afetar, inevitavelmente, os resultados do segundo trimestre do ano.

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