São Paulo - Num dia de atuação extraordinária do Banco Central, o dólar era negociado em leve alta ante o real, com investidores ainda buscando estender a estratégia da autoridade monetária e se o patamar de 2,30 reais se firma como um piso para o câmbio neste momento.

Às 10h32, a moeda norte-americana avançava 0,11 por cento, a 2,3087 reais na venda, após chegar a 2,2926 reais na mínima do dia, abrindo o dia em queda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 2 milhões de dólares.

Mais cedo, o BC havia vendido apenas 2,4 mil swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, da oferta diária de 4 mil, com volume equivalente a 118,9 milhões de dólares.

Com isso, o dólar passou a subir, batento na máxima de 2,3207 reais na venda, levando boa parte dos especialistas a acreditar que o BC não estaria confortável com a moeda norte-americana abaixo de 2,30 reais, o que desagradaria o governo porque poderia afetar as exportações.

"Para bom entendedor, pingo no 'i' é letra. O recado é esse: o mercado vai ter que trabalhar com piso", chegou a dizer mais cedo o especialista em câmbio da corretora Icap, Italo Abucater.

Logo em seguida, no entanto, o BC anunciou um leilão de swap cambial tradicional para ofertar justamente o montante que ficou de fora em sua ração diária: 1,6 mil contratos. O resultado do leilão é a partir das 10h40.

"O BC sinalizou que o dólar não podia ficar nesse nível (muito baixo), mas voltou depois vendendo essa diferença (dos swaps). Está todo mundo tentando entender o que isso quer dizer", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.

Ainda faltam cerca de 85 mil contratos para serem rolados e o BC tem apenas 4 dias úteis para fazê-lo. E, mantendo o atual ritmo de oferta, de até 10 mil swaps por leilão, seriam colocados apenas 40 mil.

O mercado já questionava o patamar de 2,30 reais, com a indicação de que o BC pode não rolar todos os swaps que vencem em 1º de abril, no valor equivalente a 10,148 bilhões de dólares. Ainda faltam cerca de 85 mil contratos para serem rolados e o BC tem apenas 4 dias úteis para fazê-lo. Mantendo o atual ritmo de oferta, seriam colocados apenas 40 mil.

Para esta sessão, o BC fará mais um leilão ofertando até 10 mil contratos por leilão, com vencimentos em 2 de janeiro e 2 de março de 2015.