Colapso da Archegos pode custar US$ 10 bilhões a bancos globais
Analistas do setor bancário aumentaram as estimativas de prejuízo após incluir novos números divulgados pelo Credit Suisse e pelo Nomura, além de estimativas de alavancagem do fundo
Bloomberg
Publicado em 12 de abril de 2021 às 10h05.
Última atualização em 12 de abril de 2021 às 13h57.
(Bloomberg)Bancos devem registrar perdas de US$ 10 bilhões com o colapso do Archegos Capital Management, segundo analistas do JPMorgan Chase.
Analistas do setor bancário do JPMorgan haviam estimado anteriormente uma faixa de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões nos dias após o colapso da Archegos e elevaram o valor após incluir números divulgados pelo Credit Suisse e Nomura e estimativas de alavancagem do fundo.
“Embora a Archegos fosse um family office, a alavancagem aplicada parece ser de um fundo de hedge”, escreveram analistas liderados por Kian Abouhossein em relatório. Isso sugere US$ 10 bilhões em capital com alavancagem de seis a oito vezes em posições de US$ 60 bilhões a US$ 80 bilhões, disseram.
“As ‘PBs' específicas da Archegos são responsáveis pelas altas perdas”, escreveram os analistas em referência à sigla para as divisões de “prime brokerage”, que permitiram à Archegos acumular apostas concentradas. O JPMorgan culpou a má gestão do risco e falta de disciplina levando em conta o histórico do fundador Bill Hwang, e disse que o problema não representa um risco sistêmico para o setor de banco de investimento.
O Credit Suisse foi o mais atingido pela crise e anunciou uma despesa estimada em 4,4 bilhões de francos suíços (US$ 4,7 bilhões) associada ao seu relacionamento com a Archegos.
O banco japonês Nomura também divulgou perda potencial de US$ 2 bilhões, e outros bancos foram afetados. O Mizuho Financial enfrenta cerca de 10 bilhões de ienes (US$ 90 milhões) em perdas estimadas ligadas ao Archegos, de acordo com uma pessoa com conhecimento do assunto.
O colapso pode atrair escrutínio regulatório e possíveis multas para os bancos envolvidos, disseram analistas do JPMorgan na segunda-feira, 12, acrescentando que a alavancagem no setor não é excessiva.