China avalia estímulo de US$ 220 bi com venda de títulos locais
Financiamento se somaria a 1,1 trilhão de yuans de apoio a projetos de infraestrutura anunciados nas últimas semanas
Bloomberg
Publicado em 7 de julho de 2022 às 14h56.
O ministério das finanças da China cogita permitir que governos locais vendam 1,5 trilhão de yuans (US$ 220 bilhões) em títulos especiais no segundo semestre, em uma aceleração sem precedentes do financiamento de infraestrutura para impulsionar aeconomia cambaleantedo país.
Seria uma antecipação da cota de colocações de títulos de 2023, segundo pessoas a par das discussões, que pediram para não serem identificadas porque não estão autorizadas a falar publicamente. As emissões nunca foram aceleradas dessa maneira e o plano ressalta as crescentes preocupações em Pequim sobre o estado da segunda maior economia do mundo.
Normalmente, os governos locais não começariam a vender essa dívida antes de 1º de janeiro. A proposta para ajustar o cronograma precisaria ser revisada pelo Conselho de Estado e também pode precisar de aprovação do órgão legislativo do país, o Congresso Nacional do Povo.
A dívida seria usada principalmente para pagar gastos com infraestrutura, umaformade estimular uma economia atingida por bloqueios de Covid e uma queda no mercado imobiliário. O financiamento se somaria a 1,1 trilhão de yuans deapoioa projetos de infraestrutura anunciados nas últimas semanas.
O governo do presidente Xi Jinping luta para colocar a economia de volta nos trilhos para atingir sua meta de crescimento anual de cerca de 5,5%.
As commodities, sobretudo o cobre, reagiram com uma alta após um mês de fortes quedas.
“Está claro há algum tempo que os governos locais precisam de mais dinheiro. As notícias de hoje sugerem que o governo central ainda não está disposto a expandir seu próprio balanço patrimonial e, em vez disso, permite que os governos locais tragam cotas de dívida de 2023, o que significa um abismo fiscal no próximo ano”, disse Wei Yao, economista-chefe e chefe de pesquisa para a Ásia-Pacífico no Société Générale.
Mesmo com o estímulo, continua “muito, muito desafiador” para a China atingir sua meta de crescimento, disse ela, mantendo a previsão do banco de uma expansão de 4% este ano.
O ministério das finanças da China e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma não responderam imediatamente a pedidos de comentários.
A cada ano, os governos locais recebem uma cota de quantos títulos podem vender. Desde 2019, o governo central estabelece as cotas no ano anterior para que as autoridades locais possam iniciar as colocações já em janeiro.