Jamie Dimon: situação é a mais complexa e potencialmente a mais perigosa desde a 2ª Guerra (Jason Alden/Bloomberg/Getty Images)
Repórter
Publicado em 12 de julho de 2024 às 12h20.
Última atualização em 12 de julho de 2024 às 12h21.
Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan, comemorou nesta sexta-feira, 12, o resultado de seu banco, atribuindo parte do lucro à melhora nas operações associadas ao mercado financeiro americano, onde as bolsas seguem próximas dos níveis recordes. Apesar do forte resultado, com alta de lucro de 25%, Dimon avalia que o momento é de cautela.
"A situação geopolítica permanece complexa e potencialmente a mais perigosa desde a Segunda Guerra Mundial — embora seu resultado e efeito sobre a economia global permaneçam desconhecidos", afirmou o comandante do maior banco do mundo durante a apresentação do balanço do segundo trimestre.
Não é a primeira vez que Dimon compara os riscos geopolíticos aos da Segunda Guerra Mundial. A última vez foi em sua carta anual aos acionistas, divulgada em abril. Naquela ocasião, Dimon explicou que os temores eram relacionados a fatores como polarização política, ataques terroristas, migração, fome, inflação e recessão, e afirmou que os governos ocidentais subestimam o potencial de crescimento e a ameaça da China.
Na divulgação do balanço desta sexta, Dimon reconheceu haver progresso na redução da inflação, mas alertou: "Ainda existem várias forças inflacionárias à nossa frente: grandes déficits fiscais, necessidades de infraestrutura, reestruturação do comércio e remilitarização do mundo." Sua expectativa, afirmou, é de que a inflação e as taxas de juros permanecerão altas por mais tempo do que o mercado espera, e que ainda não se sabe todos os efeitos da redução do balanço do Fed.
Nos últimos dias, o mercado tem se animado com a possibilidade de o Federal Reserve começar a cortar juros em setembro, com dados de atividade e inflação saindo mais fracos. Nesta semana, investidores chegaram a precificar mais de 90% de chance de dois cortes até o fim do ano, após a inflação ao consumidor ter apresentado a primeira deflação mensal em 18 meses.