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Cenário de juros altos pressiona resultado e lucro ajustado da Ânima cai 87% no 3º tri

Receita da companhia cresceu 11% puxada por aumento de tíquete médio geral e crescimento na base de alunos EAD

Ânima: Evasão chegou a 10,9%, em um cenário de juros altos que restringe a permanência no ensino superior (Germano Lüders/Exame)

Ânima: Evasão chegou a 10,9%, em um cenário de juros altos que restringe a permanência no ensino superior (Germano Lüders/Exame)

No terceiro trimestre, a empresa de ensino superior Ânima (ANIM3) viu o cenário de juros elevados pressionar seu resultado. O grupo registrou uma queda de 87,3% no lucro ajustado do terceiro trimestre, para R$ 12,8 milhões. O resultado ajustado inclui R$ 15,8 milhões em itens não recorrentes como as mudanças de ocupação de imóveis para otimização de despesas e R$ 43,8 milhões relacionados à amortização dos ativos intangíveis das aquisições. O resultado contábil do trimestre foi um prejuízo de R$ 28,8 milhões ante um lucro líquido de R$ 14,5 milhões.

A receita líquida da companhia alcançou R$ 905,2 milhões, 11% mais do que no mesmo período do ano anterior. O lucro bruto avançou 7,1%, para R$ 575,7 milhões. Isso pode ser explicado pelo aumento de 6% da base de  alunos, que chegou a 329.544 matriculados. Nos cursos presenciais, que inclui as graduações de universidades como São Judas e Anhembi Morumbi e os cursos de medicina da Inspirali, a base de alunos recuou 6,8%, para 235.032, refletindo um aumento de 1,3 ponto percentual na evasão, para 10,9%, em um cenário de juros altos que impacta negativamente a permanência dos alunos no ensino superior.

O ensino digital, que engloba os cursos à distância, a base de alunos cresceu 65,2%, para 94,4 mil e a receita avançou 45%, para R$ 51,8 milhões. O desempenho poderia ser mais amplo se o tíquete médio não tivesse ficado 12% menor, a R$ 183. No ensino superior presencial dos principais negócios da Ânima, a receita cresceu 2%, para R$ 532,9 milhões, com tíquete médio avançando 10,7%. A receita da Inspirali avançou 23,3%, para R$ 269,3 milhões, enquanto o tíquete médio cresceu 12,5%, R$ 8.310.

"Nosso principal negócio, em termos de receita, Ânima Core é o mais sensível ao cenário macro (renda e confiança das famílias) e o que tem maior pressão no curto prazo. Ainda assim, o desempenho de preços e volumes tem sido satisfatório – e a tendência é de melhor desempenho com gradual melhora do ambiente macro adiante", diz a empresa em seu relatório.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a R$282,7 milhões, um recuo de 18%. Como o resultado financeiro da companhia foi um prejuízo de R$ 170 milhões, 17,5% maior do que um ano antes, a combinação dos dois indicadores levou a alavancagem ao patamar de 3,8 vezes. O grupo diz que tem trabalhado com foco na alavancagem do fim do ano, dado que o resultado trimestral leva a oscilações maiores, e diz que acredita na redução para o patamar de 3,4 vezes.

Segundo a Ânima, o trabalho de redução percentual do resultado financeiro em relação à receita líquida continua.Passou de 19,8% no primeiro trimestre de 2022, quando esses esforços começaram, para 18,8% no terceiro trimestre.  "O ciclo de aperto monetário parece dar sinais de alívio, a companhia acredita que tem espaço para novas iniciativas de liability management e junto com uma potencial diluição pelo crescimento de receita, vemos uma tendência positiva de continuidade mais acentuada dessa melhora."

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