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Buffett revela ação que entrou para o top 4 de seu portfólio na bolsa

Buffett e Charlie Munger recebem dezenas de milhares de investidores neste sábado em Omaha no encontro anual da Berkshire Hathaway, realizado de forma presencial depois de 3 anos

Cartões comemorativos de Warren Buffett, Charlie Munger e do encontro de investidores da Berkshire Hathaway na volta do evento presencial anual em Omaha (EUA), neste dia 30 de abril de 2022 (Dan Brouillette/Bloomberg)

Cartões comemorativos de Warren Buffett, Charlie Munger e do encontro de investidores da Berkshire Hathaway na volta do evento presencial anual em Omaha (EUA), neste dia 30 de abril de 2022 (Dan Brouillette/Bloomberg)

MS

Marcelo Sakate

Publicado em 30 de abril de 2022 às 11h57.

Última atualização em 30 de abril de 2022 às 14h28.

Não são apenas os grandes festivais de música que voltaram ao modelo presencial. A Woodstock para Capitalistas, em referência ao mítico festival de música realizado em 1969, também está de volta depois de três anos. O encontro anual de investidores da Berkshire Hathaway, do bilionário investidor Warren Buffett, acontece neste sábado, dia 30 de abril, na cidade de Omaha, no estado de Nebraska, no meio-oeste dos Estados Unidos.

Dezenas de milhares de investidores participam do evento, que tem como ponto alto uma sessão de Q&A em que Buffett, 91 anos, e o seu companheiro de décadas Charlie Munger, 98 anos, respondem por mais de cinco horas às perguntas da plateia.

Um dos destaques do evento é a revelação no início do dia das decisões de alocação de ativos de Buffett no primeiro trimestre, por meio da divulgação dos registros da Berkshire na SEC (Securities and Exchange Commission), o equivalente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) no mercado americano.

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E o documento revelou um movimento de grande porte do Oráculo de Omaha neste começo de ano: um novo ativo que entrou para o top 5 -- ou top 4, para ser mais preciso -- de sua carteira de US$ 331 bilhões (valor ao fim de 2021).

Buffett detinha ao fim de março uma posição avaliada em US$ 25,9 bilhões na Chevron (CVX, CHVX34), a quarta maior entre todas as ações que fazem parte da carteira da Berkshire. Foi um salto significativo em relação ao fim de 2021, quando a posição era equivalente a US$ 4,5 bilhões.

É uma posição recente: ele comprou ações da companhia pela primeira vez no terceiro trimestre de 2020. Para efeito de comparação, o Oráculo de Omaha tem ações da Coca-Cola (KO, COCA34) desde 1989, ou seja, há 33 anos.

Com esse investimento na petrolífera, cujas ações subiram 33% neste ano na esteira da disparada das cotações do petróleo com a guerra entre Rússia e Ucrânia, Buffett mostrou que também aderiu em peso à visão de que há boas perspectivas para empresas que produzem e exportam commodities.

A Chevron é também conhecida por ser uma boa pagadora de dividendos, outra característica comum a muitos dos ativos do bilionário investidor na bolsa. O dividend yield da petrolífera, que é uma geradora de caixa, é de 3,6%.

Não foi o único movimento do bilionário, cujo patrimônio está estimado em US$ 117 bilhões, no setor. No começo de março, ele comprou uma fatia estimada em US$ 7 bilhões na Occidental Petroleum.

As três maiores posições do portfólio da Berkshire seguem em Apple (AAPL, AAPL34), Bank of America (BAC, BOAC34) e American Express (AXP, AXPB34). Ou seja, uma big tech -- a maior do mundo -- e duas companhias tradicionais do setor financeiro. No caso da empresa cofundada por Steve Jobs e Steve Wozniak, a fatia era equivalente a US$ 159 bilhões ao fim do primeiro trimestre.

Veja 3 destaques de Buffett e Munger no evento:

 

1. De volta às compras

Buffett e a Berkshire voltaram com tudo às compras no primeiro trimestre, aproveitando oportunidades em cima de ações que tiveram quedas no preço ou que apresentam boas perspectivas de valorização. Foram mais de US$ 51 bilhões em compras, entre as quais as maiores posições na Chevron, na Occidental Petroleum e na HP.

Segundo Buffett, a alta volatilidade do começo do ano, alimentada pela "mentalidade de aposta" de muitos investidores, permitiu que encontrassem boas oportunidades de ações para o longo prazo.

2. 'Não tentamos acertar o market timing'

O bilionário investidor disse que recebe crédito indevidamente pela escolha de ações que depois se valorizam de forma expressiva com o tempo, como se tivesse sido um stock picking certeiro. "Nós não temos a menor ideia de quando comprar qualquer coisa."

"Nós nunca tivemos uma decisão em que algum de nós dissesse ou pensasse que deveríamos comprar ou vender uma ação com base para onde o mercado estava indo", disse Buffett.

Em vez disso, é a estratégia do value investing que orienta as escolhas de ações, com base em informações como valuation atrativos.

3. Bolsa virou um cassino

Buffett voltou a criticar o que considera um exagero do mercado de ações nos dias de hoje, que, segundo ele, se tornou um cassino estimulado por corretoras e bancos. É uma crítica que ele e Munger têm expressado nos últimos tempos.

"Wall Street não faz dinheiro a não ser que as pessoas façam coisas, e eles pegam um pedaço disso. Eles fazem muito dinheiro quando as pessoas apostam em vez de investir."

Segundo Munger, "há muitas pessoas que não entendem nada de ações sendo aconselhadas por assessores que entendem menos ainda". "É uma mania de especulação."

(Em atualização)

 

 

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