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BTG projeta alta de 119% para Eletrobras privatizada e recomenda compra

Em relatório de início de cobertura, analistas dizem que, mesmo sem privatização, potencial de valorização ainda é significativo

Torres de transmissão: a estatal Eletrobras puxa a recuperação do setor | Ueslei Marcelino/REUTERS /  (Ueslei Marcelino/Reuters)

Torres de transmissão: a estatal Eletrobras puxa a recuperação do setor | Ueslei Marcelino/REUTERS / (Ueslei Marcelino/Reuters)

PB

Paula Barra

Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 12h06.

Última atualização em 8 de dezembro de 2020 às 12h11.

O BTG Pactual iniciou nesta terça-feira, 8, cobertura de Eletrobras (ELET3; ELET6), com recomendação de compra e preço-alvo em 63,00 reais para os papéis preferenciais, o que implica um potencial de valorização de 84% em relação ao fechamento de ontem. Com a indicação, os papéis ON e PN da companhia subiam 4,52% e 3,94% às 12h07 desta sessão, figurando como a segunda e terceira maior valorização do Ibovespa. No mesmo horário, o índice registrava alta de 0,59%.

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Em relatório, os analistas João Pimentel e Fillipe Andrade, do banco, comentam que a companhia oferece um dos riscos/recompensa mais atraentes do seu universo de cobertura, uma vez que mostra um potencial de alta significativo, mesmo retirando qualquer vantagem com uma possível privatização. Supondo que a empresa continue estatal, eles apontam que o preço-alvo para o papel PN da elétrica seria de 52,00 reais, o que ainda assim representaria um potencial de valorização de 52% em relação ao fechamento de ontem.

Evidentemente, apontam, há ainda mais valor significativo a ser desbloqueado no caso da privatização ser bem-sucedida. Nesse caso, eles dizem que o preço-alvo de Eletrobras PN poderia saltar para 75,00, oferecendo um potencial de valorização de 119%. O preço-alvo atual é uma combinação de ambos os cenários, assumindo 50% de probabilidade de privatização da companhia.

Segundo eles, a Eletrobras, maior empresa de energia elétrica da América Latina, responsável por cerca de 30% da capacidade de geração do Brasil e 50% da rede de transmissão do país, teve seu nome evitado nos últimos anos pelos investidores por conta de sua estrutura corporativa extremamente complicada, alocação de capital questionável e por ter sido usada principalmente como instrumento político. No entanto, apontam, desde a nomeação de Wilson Ferreira Júnior como CEO da empresa, em 2016, a reestruturação que tem se visto da companhia é "impressionante".

"A empresa se livrou de empresas de distribuição (grande fuga de dinheiro), promoveu corte de pessoal em 50%, corte de custos gerenciáveis em 35%, vendeu várias subsidiárias de geração e transmissão e simplificou sua estrutura corporativa. A alavancagem está agora abaixo em 3 vezes o múltiplo dívida líquida/ebitda", que mostra quantos anos a empresa levaria para pagar sua dívida líquida usando sua geração operacional de caixa (Ebitda).

Mas, para a companhia voltar ao seu apogeu e fazer frente aos investimentos necessários para se manter relevante em seu segmento nos próximos anos, a empresa precisaria investir cerca de 14 bilhões de reais por ano, contra atuais 3,6 bilhões. "A única maneira seria com sua privatização, e por isso, a capitalização da empresa é tão importante", comentam. Pode-se notar pela diferença entre o preço-alvo projetado para o papel com e sem o processo de privatização.

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