Flora: “Hoje abrimos 80% das contas em menos de 30 minutos” (Leandro Fonseca/Exame)
Paula Barra
Publicado em 19 de outubro de 2021 às 09h14.
O BTG Pactual tem acelerado a expansão de sua rede de intermediários financeiros, com uma adição líquida de 150 a 300 agentes autônomos por mês, disse Marcelo Flora, head do BTG Pactual digital, em entrevista à EXAME. Atualmente, a instituição tem um contingente de cerca de 2,5 mil assessores, contra uma marca próxima de 500 há um ano.
"É um crescimento importante. Não só em número de agentes autônomos, mas também de escritórios associados, que, hoje, somam mais de 120. Temos novos escritórios sendo adicionados todos os meses", comentou Flora, que vai participar na próxima quinta-feira, 21, do BTG Bankers Experience 2021.
O evento é o principal do ano do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) voltado para agentes autônomos de investimentos (AAIs), seus clientes, consultores e gestores. A transmissão é online e gratuita.
Para fomentar essa rede de intermediadores financeiros, Flora conta que o banco tem acelerado os processos de integração da consolidadora de carteiras Kinvo, adquirida em março.
"Temos trabalhado fortemente em trazer para nossa plataforma essas alternativas de visualização de portfólio para o cliente. E também em levar para a Kinvo a possibilidade de seu cliente acompanhar a evolução do portfólio e também receber sugestões de melhores formas para realocar seu portfólio".
"Imagina o que pode ser o resultado desse tipo de transacionalidade para o cliente da Kinvo. Estou muito animado com os resultados que essa integração pode nos trazer e levar para nossos clientes finais e parceiros".
Dos aproximadamente 800 mil usuários cadastrados na Kinvo, quase 60 mil são pagantes, com uma mensalidade de 14,90 reais. "Isso tem um valor efetivo. Vemos uma oportunidade muito importante".
O negócio conversa com a estratégia do banco de ampliar a operação de varejo, criar mais robustez para seu ecossistema, além de preparar terreno para o Open Banking.
"A motivação da aquisição da Kinvo foi esse contexto de Open Banking. Vai ser uma vantagem competitiva bem relevante para os nossos parceiros. Não só em ganho de eficiência, produtividade, mas também na precisão das informações", disse.
Até o momento, o investidor que acessa a Kinvo precisa inserir os dados de acesso de suas contas para que um robô vá atrás dos dados de suas aplicações. "Nesse primeiro momento, temos colocado nossos esforços em criar esses robôs com a Kinvo, mas para cada instituição é preciso construir um robô diferente".
A partir do momento em que for concluída a última etapa do Open Banking, prevista para o ano que vem e que integrará investimentos, esse processo ficará muito mais fácil, uma vez que será feito por API, sistema que permite a troca de informações entre plataformas, explicou.
De acordo com Flora, o banco tem hoje 800 pessoas de TI direcionadas somente aos esforços do que chamam de "digital", o que inclui o BTG Pactual digital e o BTG+, além de times de tecnologia que cuidam do restante do grupo.
"Apesar do crescimento exponencial da equipe de TI, não tem jeito, a inovação é constante. Estamos o tempo inteiro revisando, melhorando navegabilidade, funcionalidades".
Nos últimos dois anos, Flora destacou que o banco direcionou seus esforços para a parte de banking. "Precisávamos ter a pauta de banking avançando e avançou. Estamos na frente dos nossos concorrentes, que são, na maioria, corretoras. Estamos muito bem posicionados também na concorrência com os grandes bancos, que ainda têm estruturas de custos muito pesadas por conta do número de agências".
Agora, passada essa etapa, o BTG está retomando o foco na pauta de investimentos, que é nosso core business", comentou.
"Avançamos bastante na parte de banking e agora estamos direcionando a maior parte dos nossos esforços de tecnologia e capacidade de desenvolvimento para pautas relacionadas a investimentos. É um lugar que sempre atuamos de maneira confortável".
"Hoje somos o sexto maior banco do Brasil. O quinto maior banco brasileiro, porque o Santander é espanhol. O terceiro maior banco privado brasileiro, atrás só do Itaú e do Bradesco. Nesse ambiente em que estamos vivendo, acredito que nos próximos anos o maior banco do Brasil pode ser aquele que não tem agências. Acho que estamos bem posicionados nessa corrida, seja com os grandes bancos ou corretoras", reforçou.