(Eduardo Frazão/Exame)
O Bradesco (BBDC4) divulgou seu balanço do primeiro trimestre de 2022.
O lucro líquido recorrente do Bradesco foi de R$ 6,8 bilhões, alta de 3,1% em relação ao quarto trimestre do ano passado, quando foi de R$ 6,6 bilhões, e de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado, quando tinha sido de R$ 6,5 bilhões.
O resultado operacional também subiu, chegando a R$ 10,3 bilhões.
Uma alta de 0,6% na comparação trimestral e de 5,9% na comparação anual.
O retorno anualizado sobre o PL médio (ROAE), indicador que mede a rentabilidade dos bancos, foi de 18%, alta de 0,5 p.p. na comparação trimestral, mas queda de 0,7 p.p. na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.
Para o Bradesco, "esse resultado é uma demonstração de nossa capacidade de capturar oportunidades, mesmo em um cenário de incertezas — com altas na inflação, aumento das taxas de juro e tensões geopolíticas".
O banco salientou que teve ganho líquido de R$ 231 milhões com a desmutualização do investimento na Câmara Interbancária de Pagamentos (CPI), que foi classificado como evento extraordinário, não beneficiando, assim, o lucro líquido recorrente.
As despesas operacionais cresceram 4,4% no comparativo anual, bem menos que a inflação acumulada do período, com um IPCA que alcançou 11,3% e o IGP-M 14,8%.
As provisões para dívidas duvidosas (PDD), aumentaram também, chegando a R$ 4,8 bilhões.
O aumento foi de 12,9% na comparação trimestral e de 23,8% na comparação anual.
Um sinal claro que o Bradesco espera um aumento da inadimplência no Brasil.
Por sinal, o índice de inadimplência superior a 90 dias aumentou 0,7 ponto percentual na comparação anual, chegando a 3,2%.
A alta na comparação com o trimestre anterior foi de 0,4 p.p.
As operações de crédito da carteira expandida aumentaram 18,3% na comparação anual, passando de R$ 705 bilhões no primeiro trimestre de 2021 para R$ 834 bilhões no primeiro trimestre de 2022.
A alta foi menor se comparada com o quarto trimestre de 2021, quando o crescimento foi de apenas 2,7%.
O crédito com as pessoas físicas cresceu 15,7% na comparação anual, chegando a R$ 331 bilhões, enquanto o crédito com pessoas jurídicas cresceu 22,6%, alcançando R$ 503 bilhões.
O Bradesco chegou a 74,8 milhões de clientes, alta de 5,8% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.
No trimestre, os canais digitais foram responsáveis por 32% dos créditos liberados, atingindo R$ 23,6 bilhões, crescimento de 44% em comparação com os R$ 16,4 bilhões concedidos pelo Bradesco no primeiro trimestre de 2021.