Bovespa terá oportunidades num 2014 volátil, diz Fator
Corretora vai fazer apostas selecionadas nos setores de infraestrutura, consumo não-discricionário e ações do setor financeiro
Da Redação
Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 20h33.
São Paulo - O mercado acionário doméstico deve ter outro ano difícil em 2014, diante do cenário político com as eleições de outubro e da crescente aversão a risco dos investidores, que podem elevar a volatilidade, disse o chefe da Fator Administração de Recursos (FAR).
Diante disso, a gestora de ativos do Banco Fator vai fazer apostas selecionadas nos setores de infraestrutura, consumo não-discricionário e ações do setor financeiro, disse o diretor-geral da FAR, Fabio Moser, em entrevista à Reuters. O momento é propício para fazer apostas calculadas em papéis que oferecem retornos mais elevados, acrescentou.
Após uma queda de 30 por cento do Ibovespa em dólar no ano passado, as ações brasileiras "não estão baratas, mas algumas empresas estão", disse ele.
Atualmente, a Bovespa tem as maiores leituras de volatilidade de 30 dias entre a principais índices de ações nas Américas, mostraram dados da Thomson Reuters.
A incerteza do mercado provavelmente vai impedir que a indústria de gestão de ativos do Brasil, que administra o equivalente a cerca de 1 trilhão de dólares, acelere a alocação de mais dinheiro em ações, bem como private equity e fundos de investimento imobiliários, que oferecem retornos maiores do que tradicionais papéis públicos.
"Este vai ser um ano difícil para as ações, mas precisamos estar preparados para aproveitar todas as oportunidades de compra", disse Moser, ex-diretor de investimentos da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. "Escolha ativa de ações e seletividade são necessárias neste momento." Algumas empresas de médio porte se beneficiarão de uma abordagem seletiva, disse Moser, incluindo nomes atraentes como a fabricante de pastilhas de freio Fras-le e a indústria de fundição Tupy.
A FAR adminsitra 6,1 bilhões de reais em recursos de clientes- 70 por cento dos quais provenientes de fundos de pensão e seguradoras.
Setores cujo desempenho pode ficar abaixo da média do mercado incluem ações de consumo discricionário e commodities, que são muito dependentes de uma economia chinesa menos dinâmica, acrescentou.
DESLOCAMENTO De acordo com os estrategistas de bancos, incluindo HSBC Securities e Citigroup Global Markets, o declínio do mercado no ano passado poderia se estender para 2014 caso os desequilíbrios macroeconômicos se aprofundem, os ruídos políticos cresçam e a turbulência no mercado mundial abale a confiança dos investidores.
Em 2013, a retirada potencial de estímulo monetário nos Estados Unidos e uma deterioração da posição fiscal do Brasil afetaram os mercados. As eleições de outubro, em que a presidente Dilma Rousseff pode concorrer a reeleição, é uma preocupação para os investidores.
Sob o governo Dilma, dizem alguns investidores, a implementação da política foi errática, os desequilíbrios no setor externo do país pioraram e a ingerência do Estado na economia privada desencadeou elevadas perdas em investimentos. Pesquisas mostraram que Dilma poderia vencer qualquer adversário, se as eleições forem realizadas agora.
Ao longo da última década, os investidores injetaram centenas de bilhões de dólares para o país, mas agora estão saindo destas posições.
Tais saídas poderiam criar oportunidades de compra, disse Moser. Ainda assim, a capacidade dos investidores locais assumirem esta folga é limitada ao mesmo tempo em que os fundos de pensão poderiam cortar sua exposição a ações domésticas este ano, disse ele.
Para se proteger contra um mercado de ações volátil, a FAR vai expandir ainda mais em investimentos de crédito, títulos garantidos por ativos e fundos multimercados, disse ele.
De acordo com Moser , a incerteza crescente provavelmente está impedindo que a indústria de gestão de ativos do Brasil aumente a exposição a ações locais, bem como fundos de private equity e de investimento imobiliário, que oferecem retornos mais suculentos do que os produtos tradicionais, como a dívida pública.
São Paulo - O mercado acionário doméstico deve ter outro ano difícil em 2014, diante do cenário político com as eleições de outubro e da crescente aversão a risco dos investidores, que podem elevar a volatilidade, disse o chefe da Fator Administração de Recursos (FAR).
Diante disso, a gestora de ativos do Banco Fator vai fazer apostas selecionadas nos setores de infraestrutura, consumo não-discricionário e ações do setor financeiro, disse o diretor-geral da FAR, Fabio Moser, em entrevista à Reuters. O momento é propício para fazer apostas calculadas em papéis que oferecem retornos mais elevados, acrescentou.
Após uma queda de 30 por cento do Ibovespa em dólar no ano passado, as ações brasileiras "não estão baratas, mas algumas empresas estão", disse ele.
Atualmente, a Bovespa tem as maiores leituras de volatilidade de 30 dias entre a principais índices de ações nas Américas, mostraram dados da Thomson Reuters.
A incerteza do mercado provavelmente vai impedir que a indústria de gestão de ativos do Brasil, que administra o equivalente a cerca de 1 trilhão de dólares, acelere a alocação de mais dinheiro em ações, bem como private equity e fundos de investimento imobiliários, que oferecem retornos maiores do que tradicionais papéis públicos.
"Este vai ser um ano difícil para as ações, mas precisamos estar preparados para aproveitar todas as oportunidades de compra", disse Moser, ex-diretor de investimentos da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. "Escolha ativa de ações e seletividade são necessárias neste momento." Algumas empresas de médio porte se beneficiarão de uma abordagem seletiva, disse Moser, incluindo nomes atraentes como a fabricante de pastilhas de freio Fras-le e a indústria de fundição Tupy.
A FAR adminsitra 6,1 bilhões de reais em recursos de clientes- 70 por cento dos quais provenientes de fundos de pensão e seguradoras.
Setores cujo desempenho pode ficar abaixo da média do mercado incluem ações de consumo discricionário e commodities, que são muito dependentes de uma economia chinesa menos dinâmica, acrescentou.
DESLOCAMENTO De acordo com os estrategistas de bancos, incluindo HSBC Securities e Citigroup Global Markets, o declínio do mercado no ano passado poderia se estender para 2014 caso os desequilíbrios macroeconômicos se aprofundem, os ruídos políticos cresçam e a turbulência no mercado mundial abale a confiança dos investidores.
Em 2013, a retirada potencial de estímulo monetário nos Estados Unidos e uma deterioração da posição fiscal do Brasil afetaram os mercados. As eleições de outubro, em que a presidente Dilma Rousseff pode concorrer a reeleição, é uma preocupação para os investidores.
Sob o governo Dilma, dizem alguns investidores, a implementação da política foi errática, os desequilíbrios no setor externo do país pioraram e a ingerência do Estado na economia privada desencadeou elevadas perdas em investimentos. Pesquisas mostraram que Dilma poderia vencer qualquer adversário, se as eleições forem realizadas agora.
Ao longo da última década, os investidores injetaram centenas de bilhões de dólares para o país, mas agora estão saindo destas posições.
Tais saídas poderiam criar oportunidades de compra, disse Moser. Ainda assim, a capacidade dos investidores locais assumirem esta folga é limitada ao mesmo tempo em que os fundos de pensão poderiam cortar sua exposição a ações domésticas este ano, disse ele.
Para se proteger contra um mercado de ações volátil, a FAR vai expandir ainda mais em investimentos de crédito, títulos garantidos por ativos e fundos multimercados, disse ele.
De acordo com Moser , a incerteza crescente provavelmente está impedindo que a indústria de gestão de ativos do Brasil aumente a exposição a ações locais, bem como fundos de private equity e de investimento imobiliário, que oferecem retornos mais suculentos do que os produtos tradicionais, como a dívida pública.