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Temer, o dólar e a bolsa

O bilionário financista americano Bernard Baruch disse certa vez que “o principal objetivo do mercado acionário é fazer de tolos tantos homens quanto possível”. No Brasil de 2016, essa missão não é das mais difíceis. Quando se achava que a bolsa entraria num novo momento, com Temer, nada aconteceu. Até que o dia de ontem […]

IBOVESPA: desempenho da bolsa desde que Michel Temer assumiu a presidência, dia 12 de maio / Exame Hoje

IBOVESPA: desempenho da bolsa desde que Michel Temer assumiu a presidência, dia 12 de maio / Exame Hoje

DR

Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2016 às 20h19.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h34.

O bilionário financista americano Bernard Baruch disse certa vez que “o principal objetivo do mercado acionário é fazer de tolos tantos homens quanto possível”. No Brasil de 2016, essa missão não é das mais difíceis. Quando se achava que a bolsa entraria num novo momento, com Temer, nada aconteceu. Até que o dia de ontem chegou.

As previsões, no início de maio, eram de que, com o afastamento da presidente Dilma, o Ibovespa chegaria aos 60.000 e o dólar caminharia para 3,20 reais. Mas, mesmo após a alta de 2,2% de ontem (a maior do governo Temer), o Ibovespa ainda patina nos 51.000 pontos. O dólar, com a queda de 2,29% desta quarta-feira, está cotado a 3,37 reais.

São sinais de que a euforia prevista para a era pós-impeachment finalmente chegou? Não necessariamente. A alta da bolsa nos últimos dias foi impulsionada principalmente pelo cenário externo – com uma elevação dos juros nos Estados Unidos ficando mais distante, a China apresentando dados econômicos melhores e o preço das commodities avançando. “O ambiente externo têm sido favorável , mas isso pode mudar facilmente”, diz Luis Gustavo Pereira, analista da corretora Guide.

Se depender do cenário local, os 60.000 pontos também não estão ali, virando a esquina. “O cenário político ainda está conturbado, ninguém sabe o quanto a Operação Lava-Jato ainda pode afetar o atual governo. Nesse contexto, um ânimo maior na bolsa só deve vir quando conseguirmos números que provem uma retomada da economia”, afirma Paulo Figueiredo, diretor de operações da corretora FN Capital.

Já para o dólar chegar ao patamar de 3,20 reais, sinalizam analistas, é preciso de tempo para que as promessas de câmbio flutuante do novo presidente do Banco Central se concretizem.

De qualquer forma, uma mostra de como o novo governo pode mudar o jogo na bolsa foi dada ontem. Uma comissão mista aprovou uma medida provisória que pode permitir que investidores estrangeiros comprem até 49% das companhias aéreas. Com isso, a Gol subiu 6,6%. Não faltam empresas à espera de novas boas notícias vindas de Brasília.

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