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Biden decide barrar venda da U.S. Steel para a Nippon Steel

Fusão criaria segunda maior siderúrgica do mundo

As empresas indicaram que poderiam buscar medidas legais com o bloqueio oficializado (Getty Images/Getty Images)

As empresas indicaram que poderiam buscar medidas legais com o bloqueio oficializado (Getty Images/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 3 de janeiro de 2025 às 09h48.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, decidiu bloquear a venda da U.S. Steel para a japonesa Nippon Steel, encerrando assim um acordo de US$ 14,1 bilhões que enfrentou meses de forte oposição, num raro momento em que republicanos e democratas se uniram em torno de uma questão.

A Casa Branca planeja anunciar formalmente a decisão nesta sexta-feira, segundo informações da Bloomberg.

O presidente Biden já havia manifestado sua oposição ao acordo, argumentando que a U.S. Steel deveria permanecer sob propriedade americana, embora nunca tenha declarado que bloquearia o negócio.

As empresas indicaram que poderiam buscar medidas legais com o bloqueio oficializado.

Investidores já haviam precificado o acordo com poucas chances de efetivação, com as ações da U.S. Steel fechando a US$ 32,60 na quinta-feira, bem abaixo da oferta de US$ 55 por ação feita pela Nippon Steel, segundo a Bloomberg.

O futuro da U.S. Steel

A decisão de Biden levanta questionamentos sobre os próximos passos da U.S. Steel, que pode ter que reiniciar um processo de venda, tendo dificuldades para atrair um comprador. Já a Nippon Steel terá que buscar novas alternativas para seu crescimento global.

O Comitê de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos ficou dividido sobre o acordo, deixando a decisão final nas mãos de Biden. O presidente eleito Donald Trump já havia prometido bloquear o acordo caso ele chegasse à sua mesa.

A U.S. Steel enfrenta desafios financeiros há anos e havia alertado sobre a necessidade de bilhões de dólares em investimentos para modernizar suas instalações. A empresa afirmou que, caso o acordo não fosse concluído, algumas plantas poderiam fechar. A sede em Pittsburgh também poderia mudar de lugar.

Desde o anúncio do acordo, a Nippon Steel vinha se esforçando para convencer a Casa Branca e os trabalhadores de que a transação seria positiva para os empregos e a economia americana.

O CEO da U.S. Steel, David Burritt, chegou a publicar um artigo em dezembro argumentando que a fusão com a Nippon Steel enfraqueceria a influência da China no mercado global de aço e manteria a empresa americana "intacta".

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