Invest

Ata do Fed reafirma preocupação com inflação e antecipa novas altas dos juros em breve

Na última reunião, o Comitê decidiu subir os juros na faixa ente 1,5% a 1,75%, uma alta de 0,75 pontos percentuais

Edifício do Federal Reserve (Fed) em Washington, Estados Unidos
19/03/2019
REUTERS/Leah Millis (Leah Millis/Reuters)

Edifício do Federal Reserve (Fed) em Washington, Estados Unidos 19/03/2019 REUTERS/Leah Millis (Leah Millis/Reuters)

O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, divulgou nesta quarta-feira, 6, a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC).

O FOMC é o equivalente do Fed do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, responsável pela definição das taxas de juros nos Estados Unidos.

Na última reunião, o Comitê decidiu subir os juros na faixa ente 1,5% a 1,75%, uma alta de 0,75 pontos percentuais.

No documento divulgado nesta quarta, o Fed reafirmou que "está altamente atento aos riscos inflacionários".

"O Comitê busca alcançar o máximo de emprego e inflação à taxa de 2% no longo prazo", aparece na ata.

Por isso, o banco central americano já deixou claro como, no futuro próximo, "altas contínuas" na faixa de juros "serão apropriados".

As autoridades monetárias centrais americanas enfatizaram a necessidade de combater a inflação, mesmo que isso signifique desacelerar uma economia que já parece à beira de uma recessão.

Os membros concordaram na última reunião que provavelmente será realizado outro movimento de 50 ou 75 pontos-base, elevando a taxa entre 2% e 2,5%.

Para os membros do Comitê, essa medida é necessária para controlar os aumentos da inflação, que chegou em seus níveis mais elevados desde 1981.

Além disso, o Comitê continuará reduzindo suas participações em títulos do Tesouro e em outros papéis da dívida, segundo os planos para a redução do tamanho do balanço do Federal Reserve.

Para o Fed, atividade econômica parece ter se recuperado

No documento, o Fed observou que a atividade econômica geral parece ter se recuperado após a queda no primeiro trimestre.

Para o banco central dos EUA, os ganhos de emprego foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de energia e pressões mais amplas sobre os preços.

As autoridades do Fed expressaram otimismo sobre o caminho de longo prazo da economia americana, embora tenham reduzido drasticamente as previsões do Produtor Interno Bruto (PIB) para 2022, que passou de uma expectativa de expansão de 2,8% para 1,7%.

Alguns relatos de desaceleração das vendas ao consumidor e empresas retendo investimentos devido ao aumento dos custos são sinais evidentes de uma redução do ritmo de atividade econômica.

Além disso, a invasão da Ucrânia pela Rússia está causando enormes dificuldades humanas e econômicas.

"A invasão e os eventos relacionados estão criando uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e estão pesando sobre a atividade econômica global. Além disso, os bloqueios relacionados ao COVID na China provavelmente exacerbarão as interrupções na cadeia de suprimentos", aparece na ata.

Os mercados estão prevendo que o Fed possa cortar os juros somente a partir de 2023.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve SystemInflaçãoJurosPolítica monetária

Mais de Invest

Dólar atinge recorde nominal e encerra cotado a R$ 6,0942 nesta segunda-feira

Quanto rende R$ 5 mil por mês com a Selic a 12,25%

Procon-SP notifica Stanley sobre recall de garrafas térmicas nos Estados Unidos

Prazo para atualizar valor de imóveis com redução no IR termina nesta segunda-feira