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Americanas: S&P rebaixa classificação de crédito para 'D', risco calote

Agência entende que companhia está na rota de uma recuperação judicial

Risco calote: companhia tem R$ 19 bilhões em dívidas financeiras e bilhões não conhecidos relacionados a crédito de fornecedores (Divulgação/Divulgação)

Risco calote: companhia tem R$ 19 bilhões em dívidas financeiras e bilhões não conhecidos relacionados a crédito de fornecedores (Divulgação/Divulgação)

GV

Graziella Valenti

Publicado em 16 de janeiro de 2023 às 20h43.

A agência de classificação de risco S&P decidiu rebaixar mais uma vez a nota de crédito da Americanas (AMER3), após o anúncio das inconsistências contábeis de até R$ 20 bilhões. O novo movimento ocorreu devido à medida cautelar obtida pela companhia na Justiça do Rio de Janeiro, que suspendeu por 30 dias a exigibilidade de todas as obrigações dos instrumentos de dívida, incluindo pagamentos de juros e principal. "Em nossa visão, embora a tutela ainda não represente uma recuperação judicial, é um passo inicial rumo a ela", escreve a S&P.

O rebaixamento foi de múltiplos níveis, partindo de "B" na escala global e "brA-" na escala nacional para "D", o que equivale a risco de calote, ou default. "Ao mesmo tempo, rebaixamos nossos ratings de emissão das dívidas senior unsecured da Americanas de ‘B’ para ‘D’ e retiramos os ratings de recuperação ‘4’", segundo nota da agência. "Consideramos a Americanas em default geral. Os ratings ‘D’ refletem nossa visão de que a tutela cautelar concedida à Americanas na última sexta-feira é semelhante a um standstill, pois permite que a empresa não pague nenhuma de suas obrigações relacionadas a instrumentos de dívida nos próximos 30 dias."

Embora não se saiba até o momento qual o real tamanho do problema da Americanas, é sabido que os passivos não estavam corretamente relatados no balanço e, além disso, os lucros foram artificialmente maiores do que deveriam, pois despesas com juros relacionadas à créditos para pagamento de fornecedores não foram lançadas no balanço.

A companhia tem cerca de R$ 60 bilhões em vendas anuais, após incorporar, no ano passado, a rede Uni.co, dona da Imaginarium e da Puket, e também o Hortifruti Natural da Terra (HNT). Nesta segunda-feira, dia 16, a Americanas anunciou que contratatou o banco Rothschild para negociar com credores uma saída para o negócio.

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