Invest

Ambev mostra resiliência operacional, mas lucro líquido cai 11% no 3° tri

Última linha foi especialmente impactada por maior despesa no imposto de renda; Ebitda veio acima do consenso puxado por rentabilidade da operação de cervejas no Brasil

O lucro líquido no terceiro trimestre com cervejas foi de R$ 2,5 bilhões (Heudes Regis/Exame)

O lucro líquido no terceiro trimestre com cervejas foi de R$ 2,5 bilhões (Heudes Regis/Exame)

Publicado em 31 de outubro de 2024 às 07h56.

Última atualização em 31 de outubro de 2024 às 08h12.

No terceiro trimestre, os resultados da Ambev mostraram um mercado mais complexo, mas o Ebitda superou as expectativas com a rentabilidade da unidade de cervejas no Brasil melhor do que se previa.

O lucro líquido caiu 11,2% para R$ 3,57 bilhões, abaixo do consenso, com impacto da menor dedutibilidade de subvenções governamentais e dos juros sobre capital próprio (JCP). A receita líquida subiu 8,8%, para R$ 22 bilhões.

O Ebitda de R$ 7 bilhões mostrou um avanço de 7,3% na base anual, 1% acima do que projetava o mercado, observa a equipe do City. “Ambev veio com tendências operacionais fortes, especialmente quando se observa a margem Ebitda de cervejas no Brasil”, escreve o banco.

A Ambev registrou um volume de 23,4 milhões de hectolitros de cerveja no Brasil no terceiro trimestre de 2024, alta de 0,6% em comparação com o mesmo período do ano passado. Globalmente, o volume caiu 0,6%, para 45 milhões de hectolitros.

No recorte das marcas premium/super premium, a Ambev registrou aumento de volume acima de 20% - liderado por Corona, Spaten e Original. As marcas core plus, da família Budweiser, cresceram acima de 10% no trimestre. Foi o 14º trimestre consecutivo em que o crescimento da marcas premium/super premium superaram o volume total.

A receita líquida de cerveja no Brasil foi de R$ 9,8 bilhões no terceiro trimestre, alta de 3,5% comparando com o mesmo período do ano passado.

O lucro líquido da unidade de cervejas no Brasil foi de R$ 2,5 bilhões, crescimento orgânico de 7,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já o EBITDA ajustado foi de R$ 3,4 bilhões, crescimento reportado de 7,6%.

Não-alcoólicas

Na divisão das bebidas não-alcoólicas no Brasil, a Ambev teve uma receita de R$ 2 bilhões no terceiro trimestre, alta de 14,8% em relação ao mesmo período de 2023. O lucro líquido de R$ 473 milhões foi 33% maior que o relatado no ano passado.

O desempenho positivo foi sustentado pelas marcas health & welness e energéticos, liderados principalmente por refrigerantes sem açúcar, Gatorade e Red Bull. A família Guaraná Antarctica teve um crescimento de volume de um dígito alto, com o Guaraná Antarctica Zero aumentando quase 60%,  enquanto o volume da Pepsi Black subiu acima de 20% (low twenties).

A empresa também divulgou que o Zé Delivery teve 16 milhões de pedidos no terceiro trimestre, alta de 8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Desafios globais

A empresa reportou uma queda de 7,7% no volume de produção (em hectolitros) na América Latina no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2023. A pressão inflacionária na Argentina fez com que esse número fosse ainda pior por lá, com diminuição de cerca de 15%. Por outro lado, Bolívia e Chile tiveram desempenhos positivos.

No Canadá, outro mercado desafiador para a empresa, houve aumento de 0,1% na receita líquida, mas queda de 1,4% no volume de produção e 1,7% no lucro bruto.

Acompanhe tudo sobre:AmbevBalançosCervejas

Mais de Invest

Pague Menos anuncia R$ 146 milhões em JCP e ao menos 50 novas lojas em 2025

Investidores 'ativistas' compraram US$ 6,6 bilhões em ações no Japão em 2024

ETF EWZ cai 5% e dólar bate R$ 6,14 com repercussão da ata do Copom e atenção ao Congresso

Avanço tecnológico pode levar S&P 500 a novos recordes em 2025