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Airbnb reduz previsão de receita para o terceiro trimestre em meio à desaceleração da demanda

A incerteza econômica afeta as reservas de viagens, e as ações da empresa caem 14% após a divulgação dos resultados trimestrais

Airbnb viu queda na demanda por aluguel de casas e fez previsão abaixo do esperado. (AFP/AFP Photo)

Airbnb viu queda na demanda por aluguel de casas e fez previsão abaixo do esperado. (AFP/AFP Photo)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 7 de agosto de 2024 às 07h33.

A Airbnb, uma das líderes globais no setor de aluguel por temporada, anunciou uma previsão de receita para o terceiro trimestre de 2024 abaixo das expectativas do mercado, citando a desaceleração na demanda por viagens como principal motivo. A empresa, que registrou um lucro de US$ 555 milhões (R$ 3,13 bilhões) no segundo trimestre, ou US$ 0,86 (R$ 4,86) por ação, não alcançou a previsão dos analistas de US$ 0,92 (R$ 5,20) por ação, o que resultou em uma queda de 14% no valor de suas ações após o fechamento do mercado. As informações são da Reuters.

A previsão de receita da Airbnb para o terceiro trimestre, entre US$ 3,67 bilhões (R$ 20,74 bilhões) e US$ 3,73 bilhões (R$ 21,06 bilhões), ficou abaixo da estimativa de US$ 3,84 bilhões (R$ 21,70 bilhões) feita por analistas. A empresa também destacou que está observando uma redução nos prazos de reserva, indicando que os consumidores estão cada vez mais adiando suas decisões de viagem, possivelmente devido às incertezas econômicas que afetam o poder de compra e a confiança dos consumidores.

O prazo de reserva é um indicador importante no setor de turismo, referindo-se ao intervalo de tempo entre a reserva e a data de chegada. A Airbnb relatou que essa métrica tem encolhido globalmente, o que pode ser um sinal de que os consumidores estão mais cautelosos em relação ao comprometimento financeiro com viagens.

Alta no preço

No segundo trimestre de 2023, o preço médio por noite na plataforma subiu cerca de 2%, atingindo US$ 169,53 (R$ 957,55). A empresa espera um crescimento modesto nessa métrica para o terceiro trimestre. No entanto, a margem de lucro líquido da Airbnb caiu para 20% no segundo trimestre, em comparação aos 26% registrados no mesmo período do ano anterior. Apesar disso, as noites e experiências reservadas aumentaram 9% em relação ao ano anterior, com destaque para a América Latina e Ásia-Pacífico, que registraram os maiores crescimentos, com 17% e 19%, respectivamente.

Em uma tentativa de melhorar a experiência do usuário, a Airbnb removeu mais de 200 mil anúncios de baixa qualidade desde o lançamento de seu sistema de qualidade há mais de um ano. Mesmo assim, as condições econômicas adversas nos Estados Unidos e em outras partes do mundo continuam a pesar sobre a demanda por viagens, refletindo-se na recente queda das ações da empresa.

A expectativa dos investidores é de que a Airbnb continue enfrentando desafios à medida que a incerteza econômica persiste. Com o Federal Reserve dos EUA postergando cortes nas taxas de juros, os sinais de pressão sobre os consumidores se tornaram mais evidentes. Outros setores, como o de alimentação rápida, também têm observado um comportamento mais cauteloso por parte dos consumidores, como relatado recentemente pelo McDonald's, que registrou uma queda nas vendas em suas lojas devido ao impacto econômico.

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