Olavo Rodrigues: sócio-fundador da BR Rating (BR Rating/Divulgação)
Guilherme Guilherme
Publicado em 13 de dezembro de 2020 às 08h41.
ESG. A sigla que, em inglês, significa ambiental, social e governança tem transformado os parâmetros de investimento do mercado financeiro. Porém, ainda que a filosofia contribua para uma maior sustentabilidade no mundo corporativo, sua subjetividade tem dificultado a identificação de quais empresas realmente se enquadram nos aspectos ESG.
Uma companhia como a Vale, por exemplo, pode ser classificada como ESG por ter altos níveis de uso de água reciclada, como também pode ser excluída por ter destruído um rio inteiro – e, ao menos ainda, não tê-lo recuperado.
Mas se depender da BR Rating essas dúvidas devem diminuir. Fundada neste ano, a primeira agência brasileira de rating de governança corporativa se prepara expandir sua área de atuação para as outras duas vertentes do ESG: a social e a ambiental. Segundo Ronald Bozza e Olavo Rodrigues, sócios da BR Rating, o novo produto já está em fase de consolidação para ser lançado.
“O foco está em atender as expectativas dos acionistas, em um contexto em que a pressão por padrões ESG aumenta entre grandes investidores. A própria BlackRock [maior gestora do mundo, com 7 trilhões de dólares sob gestão] já disse que o ESG veio para ficar, e companhias e investidores terão que se adaptar”, afirma Olavo Rodrigues.
As empresas do futuro estão aqui. Conheça os melhores investimentos em ESG na EXAME Research
Rodrigues também conta que a possibilidade de novas regulações, como padronização de relatório de sustentabilidade pelo IFRS e revisão do formulário de referência para inclusão de dados socioambientais pesaram na decisão de lançar o produto.
A criação da nova frente de avaliação chega de forma quase que natural, explica o sócio da empresa. “A BR Rating surgiu neste contexto de ascensão de investimentos ESG, no sentido de fortalecer o sistema de governança, que tem fundamental importância para toda a estrutura da organização, seja ela relacionada a aspectos sociais, ambientais ou qualquer outro”, diz.
Com pressões cada vez maiores para que as empresas e os investidores sigam políticas sustentáveis, a indústria de fundos ESG já ultrapassou a marca de 1 trilhão de dólares – e não deve parar por aí.