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Ações da TAM devem continuar pressionadas no curto prazo, prevê Santander

Incertezas quanto à fusão com a chilena LAN comprometem o desempenho; ações caíram 18% no ano, a terceira pior performance do Ibovespa

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2011 às 14h55.

São Paulo – Apesar da perspectiva neutra com o desempenho das ações da TAM (TAMM4) para o longo prazo, os papéis da companhia aérea devem seguir pressionados no curto prazo, avalia o banco Santander em relatório publicado hoje (21).

O Santander reiterou sua recomendação de compra para os ADRs (American Depositary Receipts) da TAM, com preço-alvo em 31,50 dólares para dezembro de 2011. Mesmo assim, entre as principais aéreas da América Latina, o banco classifica a GOL (GOLL4) como preferida do setor, com recomendação de compra e preço-alvo de 13,27 dólares por ADR.

Na semana passada os papéis preferenciais listados na Bovespa recuaram 6,7%. O receio entre os investidores ocorreu depois que o tribunal de defesa da concorrência do Chile decidiu analisar o plano de fusão da companhia com a LAN, processo que deve levar de seis a nove meses para ser concluído.

A LAN afirmou esperar que o tribunal antitruste do Chile aprove a proposta de fusão no fim do segundo trimestre, mas mesmo assim a companhia disse que será impossível fechar o negócio, que formará a maior companhia aérea da América Latina, antes do quarto trimestre de 2011.

“Assumimos a perspectiva de que este negócio seja finalmente fechado até o final deste ano. Em nossa avaliação, este acordo deve trazer sinergias de 400 milhões de dólares, porém, apenas a partir de 2015”, estima a equipe do Santander formada por Caio Dias, Alexandre Amson e Carmen Concha.

Para eles, enquanto o negócio não for aprovado pelos reguladores, as ações da TAM e da LAN serão bastante pressionadas. Considerando o fechamento da última sexta-feira (18), as ações preferenciais da TAM ocupam o terceiro pior desempenho do Ibovespa em 2011, com queda de 18%, atrás apenas de Cyrela (CYRE3) com desvalorização de 30% e B2W (BTOW3), que amarga perdas de 24%.

O relatório repercute também a notícia de que os governos do Brasil e dos EUA, em meio à visita do presidente Barack Obama ao País, assinaram um acordo sobre transporte aéreo com o objetivo de melhorar o serviço e o preço de mercado para os passageiros dos dois países.

O acordo prevê que as empresas aéreas de cada país poderão operar voos em qualquer ou em ambas as direções, combinar diferentes números de voos na mesma operação, transferir tráfego entre quaisquer de suas aeronaves, em qualquer ponto, efetuar paradas em quaisquer pontos dentro ou fora do território de qualquer parte, entre outras coisas.

A notícia é considerada neutra pelo Santander. “Este acordo é positivo às operações internacionais da TAM, pois vai limitar a capacidade de vôos para o Brasil aos principais concorrentes do exterior. Porém, no mercado interno, a concorrência deve ser mais acirrada”, avalia.

Duelo das gigantes

De acordo com dados recentemente publicados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a GOL ultrapassou a TAM na participação de mercado doméstico no mês de fevereiro, em comparação com o mesmo período de 2010. É a primeira vez que a aérea criada há dez anos passa à frente da gigante da família Amaro.

A GOL ficou com 39,77% e a TAM com 39,59% de fatia no mercado. Há um ano a então líder TAM estava com pouco mais de 1% de vantagem sobre a companhia comandada por Constantino Junior. No mercado internacional, porém, a TAM lidera disparada com 85,85%, contra 12,92% da GOL. 

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