Bayer: empresa tem bom desempenho após apoio de Trump (Bayer/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 06h32.
As ações da Bayer tiveram seu melhor desempenho em 17 anos nesta terça-feira, 2, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apoiar a empresa em um processo-chave sobre o pesticida Roundup.
O parecer foi emitido pelo procurador-geral do país, D. John Sauer, em documento enviado à Suprema Corte. Nele, Sauer defende que a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) já declarou repetidamente que o glifosato — ingrediente ativo do Roundup — não é provavelmente cancerígeno para humanos e que aprovou os rótulos do produto sem alertas sobre câncer.
As ações da Bayer subiram até 15%, ultrapassando 34 euros, com alta superior a 4 euros no dia — o maior ganho percentual diário desde 28 de outubro de 2008.
O processo central é o caso Monsanto Co. vs. Durnell, que discute se normas federais sobre pesticidas têm precedência sobre leis estaduais. A Bayer argumenta que dezenas de milhares de ações judiciais movidas nos Estados Unidos são baseadas em alegações de "falha em alertar" sobre os riscos do produto.
A Bayer adquiriu a Monsanto por US$ 63 bilhões em 2018. Poucos meses após a compra, um júri da Califórnia condenou a empresa em um caso de câncer relacionado ao uso do Roundup. Desde então, a companhia enfrenta uma onda de processos.
No terceiro trimestre, a Bayer registrou uma provisão de 6,5 bilhões de euros para cobrir casos pendentes e futuros, o equivalente a 6,60 euros por ação, segundo o banco Jefferies.
Analistas acreditam que o parecer do governo dos EUA pode acelerar a resolução dos litígios até o fim de 2026.