NEW YORK, NEW YORK - FEBRUARY 23: Harlem Globetrotter mascot Globey watches as trader Pete Giacchi works on the floor of the New York Stock Exchange during morning trading on February 23, 2024 in New York City. The market opened continuing its rise after yesterdays closing with the S&P 500, the Nasdaq Composite posting their best day since early 2023 and the Dow Jones surpassing 39,000 for the first time ever amid Nvidia reporting a stronger-than-expected quarterly results. (Photo by Michael M. Santiago/Getty Images) (Michael M. Santiago/Getty Images)
Repórter de Invest
Publicado em 18 de julho de 2024 às 18h17.
Última atualização em 18 de julho de 2024 às 18h33.
O rali da inteligência artificial tem sido o principal gatilho para a forte alta das bolsas americanas nos últimos anos. Desde o início de 2023, quando a tese se popularizou, o o S&P 500, principal índice de Nova York, acumula cerca de 45%. Nenhuma empresa ganhou mais espaço no índice nesse período do que a Nvidia, que passou a ocupar 6% de participação — porção menor apenas que as ocupadas por Apple e Microsoft. Desenvolvedora dos chips para a inteligência artificial, a companhia valorizou 728,9% desde então, alçando seu valor de mercado para US$ 3 trilhões.
Mas a evolução da inteligência artificial também deve passar por setores pesados da economia, com efeitos que vão muito além das fronteiras americanas. Um dos potenciais beneficiados dessa (já considerada) nova revolução tecnológica, segundo especialistas de mercado, pode ser o Chile. A razão se deve às suas reservas de cobre, que correspondem a 27% de todo o metal do mundo.
De acordo com o centro de pesquisas da Reuters, o déficit de cobre no mercado global estava em 35 mil toneladas no início do ano e, até 2025, pode subir para 100 mil toneladas. Segundo a Trafigura, uma das maiores casas de commodities do mundo, a inteligência artificial deve aumentar a demanda global por cobre em 1 milhão de toneladas até 2030 ante a demanda de 36 milhões de toneladas esperada para este ano.
A falta de cobre e a perspectiva de aumento de demanda já têm provocado reflexos nos preços. Tanto o cobre quanto a bolsa do Chile tem rodado próximo das máximas históricas. A valorização da commodity somente neste ano chegou a 33%, e está em 52% desde 2019, quando o debate sobre os avanços da IA ainda eram incipientes.
O preço mais alto, por sua vez, tem contribuído com a balança comercial do Chile. Dados do governo chileno apontam que as exportações de cobre subiram 14% no primeiro semestre, indo a US$ 23,974 bilhões. A commodity corresponde sozinha a 48,5% de toda a exportação do país.
Outra tecnologia emergente que pode contribuir com o crescimento do Chile são os carros elétricos, que demandam cobre e lítio em sua produção. Assim como no cobre, o Chile está entre os países com maior reserva de lítio, próximo de 11 milhões de toneladas. Os Estados Unidos, terceiro maior produtor, têm uma reserva de 14 milhões de toneladas.
Apesar da expectativa de uma demanda estruturalmente mais alta para o cobre nos próximos anos, no curto prazo, parte do mercado acredita que a commodity já tenha atingido o teto, dada a perspectiva de uma China mais fraca e projetos para aumento de produção de cobre. Desde o pico, em maio, a commodity caiu 17% "Grande parte do recorde deste ano foi impulsionada pela especulação e pelo acompanhamento das tendências no mercado de futuros, e não por uma melhora dos fundamentos. No entanto, ainda estamos otimistas com o cobre no médio e no longo prazo, com base na nossa convicção de déficits estruturais emergentes", avalia em relatório Carsten Menke, Head de Próxima Geração da Julius Baer.