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3 motivos para confiar na alta do mercado, segundo a EXAME Gavekal

Sim, há o risco de a bolha na Nasdaq estourar neste ano, mas existem evidências que apontam que os mercados podem estender a onda de valorização nos ativos

Relatório da Gavekal Research destaca possível virada dos mercados de fora dos EUA (Caroline Purser / The Image Bank/Getty Images)

Relatório da Gavekal Research destaca possível virada dos mercados de fora dos EUA (Caroline Purser / The Image Bank/Getty Images)

Mesmo acreditando que as ações de grandes empresas dos Estados Unidos podem não se manter no mesmo patamar nos próximos meses, Anatole Kaletsky, fundador e co-presidente da Gavekal Research, afirmou, em relatório da EXAME Gavekal Research, que não vê contradição entre achar que existe uma bolha na Nasdaq que poderá estourar em algum momento deste ano e continuar investido em ações globais.

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Para Kaletsky, há diversas razões que comprovam que mesmo que as ações caiam no mercado americano, ainda pode ser um bom negócio investir nelas. O fundador da Gavekal listou alguns pontos considerados importantes para demonstrar sua tese:

1) Lições da "bolha pontocom"

  • Segundo Kaletsky, a experiência de 1999-2000 sugere que a bolha atual poderia ter mais seis meses pela frente e que os preços dos ativos que estão nela poderiam subir 50% ou mais antes que o possível estouro ocorra.

2) Condições macroeconômicas

  • O especialista em mercado financeiro também disse que a economia global ainda está começando a emergir de uma recessão muito profunda e, por isso, encontra-se nos estágios iniciais de uma retomada cíclica. Por outro lado, Kaletsky lembrou que, quando a bolha da internet em 2000 estourou, a economia mundial tinha acabado de atravessar a expansão mais longa da história e uma recessão estava para chegar.

3) A mudança da política keynesiana (fundamento politico-econômico que defende o Estado como um agente ativo contra a queda da economia e a alta no desemprego)

  • Kaletsky salientou que há uma grande possibilidade de que o crescimento econômico de médio prazo seja o mais forte em todo o mundo desde os anos 1960. Isso porque, segundo ele, a maximização do emprego substituiu a minimização da inflação como a principal prioridade de governos e bancos centrais.

O especialista de uma das maiores casas de análise do mundo, que tem parceria de exclusividade com a EXAME Invest Pro, aproveitou o relatório para discorrer sobre o banco central dos EUA, o Federal Reserve (Fed).

De acordo com Kaletsky, o banco central americano deverá impedir que os rendimentos aumentem muito.

"Isso não significa que os rendimentos dos títulos ficarão tão baixos quanto estão hoje, mas sugere que o Fed tentará manter os rendimentos dos títulos de 10 anos dos EUA abaixo de 1,5%, de modo que a faixa de negociação pré-Covid-19 de 1,5% a 3% não seja reestabelecida até que a economia dos EUA tenha se recuperado 100%", disse o fundador e co-presidente da Gavekal Research.

O relatório também destaca uma possível virada dos mercados fora dos Estados Unidos, que podem ser impulsionados especialmente se houver o estouro da bolha da Nasdaq neste ano. Leia o relatório completo da EXAME Gavekal Research.

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