Invest

Modelo de Gordon: saiba como precificar um ativo

Essa técnica de valuation baseada no crescimento de dividendos é muito utilizada no mercado financeiro

 (Getty/Getty Images)

(Getty/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2022 às 18h00.

Última atualização em 5 de agosto de 2022 às 14h14.

Modelo de Gordon é o nome de um método de precificação de ativos muito famoso por aqueles que atuam dentro do mercado financeiro.

Portanto, saber um pouco mais sobre o funcionamento do modelo de Gordon é muito importante para quem quer começar a investir.

O que é Modelo de Gordon?

O modelo de gordon, também conhecido como modelo de crescimento de Gordon, é uma técnica de valuation (ou seja, de precificação de ativos) muito utilizada pelo mercado financeiro. A técnica consiste em considerar o crescimento constante de dividendos para precificar um ativo.

Sua criação ocorreu em 1965 por Myron Gordon e Eli Shapiro e, justamente por focar no crescimento dos dividendos, também tem o nome de modelo de crescimento perpétuo.

Sendo assim, esse é um tipo de variação do modelo de fluxo de caixa descontado, outro tipo bastante conhecido de valuation.

Entretanto, esse modelo tem um uso recomendado para empresas que já estejam bem estabelecidas em seus respectivos setores (também chamadas de blue chips).

Isso porque elas possuem um crescimento e aumento de dividendos previsível, tornando então o modelo mais aplicável. Nesse caso, é possível usá-lo para escolher uma ação para investir.

Para que serve o Modelo de Gordon?

O modelo de Gordon tem seu uso para precificar um ativo corretamente. Ou seja, o investidor vai saber se aquele investimento vale a pena ou se está caro.

Sendo assim, o resultado pode mostrar uma boa oportunidade de investimentos, pois aquela ação pode se valorizar de forma relevante. 

Por outro lado, se a ação estiver cara, podem existir outras empresas com um preço melhor e, consequentemente, com maior potencial de crescimento.

Além disso, a vantagem desse método é o de que ele é realmente simples de calcular, necessitando de apenas três variáveis: a taxa de crescimento dos dividendos, o custo do capital próprio e o valor atual dos dividendos.

Portanto, quem quer saber como usar Modelo de Gordon não precisa fazer cálculos extremamente complexos.

Como calcular o Modelo de Gordon?

Para calcular modelo de Gordon, basta utilizar três variáveis relacionadas aos dividendos e à taxa de desconto paga na empresa.

Portanto, a fórmula do modelo de Gordon é a seguinte:

P0 = D1 / (K – G)

Onde:

P0 = preço do ativo.

D1 = dividendo por ação esperado para os próximos doze meses.

K = taxa de desconto esperado do ativo.

G = taxa de crescimento constante dos dividendos

De fato, esse é um cálculo simples que pode ser feito com uma calculadora comum, sem a necessidade de equações mais complexas.

Por isso, esse modelo é muito utilizado e pode ajudar muito na escolha de investimentos de renda variável.

Quais as limitações do Modelo de Gordon?

Em primeiro lugar, uma das mais importantes limitações do modelo de Gordon está no fato de que nem sempre os dividendos se mantêm constantes. 

Por exemplo: a empresa pode mudar suas diretrizes no futuro e decidir não distribuir mais tanto dividendos, preferindo reinvestir em suas próprias operações ou optando por recomprar suas próprias ações.

Além disso, determinar o custo do capital próprio é uma tarefa desafiadora, pois muitas variáveis estão envolvidas em sua determinação.

Ainda, empresas que enfrentam problemas financeiros ou reestruturação podem não ter um bom resultado caso use-se o modelo, gerando distorções.

Também há distorções para empresas que seguem ciclos econômicos, pois a companhia pode performar bem ou mal a depender da fase do ciclo. Portanto, nem todas as companhias da bolsa de valores podem ser bem precificadas nesse método.

Vale a pena usar o Modelo de Gordon?

O modelo de Gordon é bastante útil e pode dar uma ideia de preço de um ativo, mas existem casos em que ele não é tão aplicável.

Sendo assim, caso a empresa não distribua dividendos de forma crescente, pode ser melhor usar outras técnicas de valuation, como fluxo de caixa descontado e análise de múltiplos. 

Além disso, nunca se deve olhar o resultado do valuation de forma isolada, como algo 100% exato. Esse é um conceito muito importante, especialmente para iniciantes no mundo dos investimentos.

Portanto, o investidor deve olhar o contexto macro e microeconômico, deve entender quais as perspectivas do negócio, avaliar gestão e outros pontos.

Dessa forma, ele estará muito mais consciente da sua tomada de decisão na hora de alocar capital em um ativo. 

Portanto, vale a pena usar modelo de Gordon caso ele faça parte de uma análise mais aprofundada da ação.

Você ainda tem questões sobre o Modelo de Gordon e sua importância? Confira outros conteúdos como esse em nosso Guia de Investimentos, como:

O que é taxa Selic?
O que é IPCA acumulado?
O que é IOF?

Acompanhe tudo sobre:Guia de Investimentos

Mais de Invest

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Alavancagem financeira: 3 pontos que o investidor precisa saber

Boletim Focus: o que é e como ler o relatório com as previsões do mercado

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio