Várias mãos segurando notas de dólares em um fundo azul (Getty Images)
Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 16h12.
A ascensão da inteligência artificial como motor de valorização nas bolsas de valores foi um dos principais fatores por trás do crescimento de 7,5% no número de bilionários em 2025, que agora somam 2.900 no mundo, segundo o banco suíço UBS. A onda de investimentos em empresas de tecnologia e o avanço de modelos generativos de IA têm criado fortunas tanto entre fundadores quanto entre investidores.
O relatório aponta que 287 pessoas se tornaram bilionárias apenas neste ano, em um movimento impulsionado por empreendedorismo, heranças e valorização de ativos. Fundadores de companhias como a Colossal Biosciences (biotecnologia), Stonepeak Partners (infraestrutura) e a rede chinesa Mixue Ice Cream and Tea estão entre os novos nomes da lista.
A alta generalizada das ações, principalmente de empresas ligadas à IA, contribuiu para esse aumento, mesmo com incertezas geopolíticas e variações nas taxas de juros. Um exemplo claro é o desempenho de empresas como Nvidia e Microsoft, cujos papéis se valorizaram fortemente com a expansão da demanda por infraestrutura de IA.
O relatório estima que nos próximos 15 anos, cerca de US$ 5,9 trilhões serão transferidos para filhos de bilionários, principalmente nos Estados Unidos, mas também na Índia, França, Alemanha e Suíça.
A crescente mobilidade desses herdeiros, motivada por qualidade de vida, geopolítica e tributação, pode alterar esse cenário.
Em Suíça, eleita uma das principais rotas de destino ao lado de Emirados Árabes, Estados Unidos e Singapura, eleitores rejeitaram, em plebiscito, um imposto de 50% sobre heranças acima de US$ 62 milhões. Segundo a UBS, isso pode reforçar a atratividade do país entre os super-ricos.
O grupo de novos bilionários inclui fundadores de negócios como Ben Lamm (Colossal Biosciences), Michael Dorrell (Stonepeak Partners), os irmãos Zhang (Mixue Ice Cream and Tea) e o empresário de criptomoedas Justin Sun.
Do lado americano, os maiores temores entre os entrevistados são inflação e geopolítica, enquanto na Ásia o foco está nas tarifas. A preferência por investir na América do Norte caiu de 81% para 63% em um ano.