Informação foi divulgada em documento enviado à SEC, órgão regulador do mercado financeiro dos EUA, na quinta-feira, 11, um dia após a Oracle anunciar as receitas trimestrais (Cheng Xin/Getty Images)
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Publicado em 15 de dezembro de 2025 às 11h46.
A Oracle ampliou em 148% seus compromissos de locação para data centers e infraestrutura de nuvem desde agosto – o que equivale a um salto de US$ 150 bilhões em apenas três meses. A informação foi divulgada em documento enviado à SEC, órgão regulador do mercado financeiro dos EUA, na quinta-feira, 11, um dia após anunciar as receitas trimestrais.
Com isso, a Oracle soma agora US$ 248 bilhões em contratos de leasing e compromissos de capacidade de nuvem com duração entre 15 e 19 anos, um reflexo direto da crescente demanda por infraestrutura computacional para suportar aplicações de inteligência artificial. O movimento visa posicionar a empresa no competitivo mercado de computação em nuvem, onde disputa espaço com três gigantes: Amazon Web Services (AWS), Microsoft Azure e Google Cloud.
Ao mesmo tempo, a Oracle elevou sua previsão de investimentos para este ano fiscal de US$ 35 bilhões para US$ 50 bilhões, em função de novos contratos com empresas como Meta e Nvidia.
Além delas, a OpenAI já havia firmado um compromisso de mais de US$ 300 bilhões com a Oracle em setembro. Apesar de as datas de conclusão de alguns data centers para a criadora do ChatGPT terem sido adiadas de 2027 para 2028, a primeira instalação do projeto Stargate, desenvolvida em colaboração com a startup Crusoe em Abilene, no Texas, segue dentro do cronograma.
Apesar da demanda crescente e dos novos contratos, o aumento acelerado nos compromissos e investimentos levanta dúvidas entre analistas sobre a capacidade da Oracle de financiar essa expansão. Em setembro, a empresa captou US$ 18 bilhões em dívidas. Ao final de novembro, seu endividamento total superava US$ 124 bilhões, frente a US$ 89 bilhões no ano anterior.
Nesse cenário, os resultados financeiros apresentados pela Oracle na quarta-feira, 10, desapontaram. Mesmo registrando um crescimento anual de 14%, as receitas ficaram abaixo do esperado pelos analistas. Com isso, as ações da Oracle encerraram o pregão do dia seguinte com queda de quase 11%.