Inteligência Artificial

Após avanço de ChatGPT, Claude e Perplexity nas buscas, Google reage com novo ‘IA Mode’ no buscador

Ferramenta transforma resultados em respostas personalizadas e ações automáticas, mas chega depois de rivais já terem alterado a lógica das buscas online

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 20 de maio de 2025 às 15h10.

Última atualização em 20 de maio de 2025 às 15h18.

O Google apresentou nesta terça-feira, 20, durante a conferência I/O, o novo IA Mode, recurso que muda a forma como usuários interagem com a busca. Disponível inicialmente para usuários nos Estados Unidos, a ferramenta inaugura uma experiência que se aproxima mais de um assistente digital do que de um motor de busca tradicional.

Com o IA Mode ativado, o buscador deixa de exibir apenas uma lista de links e passa a apresentar respostas completas em linguagem natural. A novidade também permite realizar ações diretas, como reservar passagens, comparar preços ou organizar viagens com base em múltiplas fontes de dados.

O anúncio ocorre em um momento em que o Google enfrenta pressão de concorrentes que avançaram rapidamente no uso de inteligência artificial para reorganizar a navegação online. Plataformas como ChatGPT, da OpenAI, o Claude, da Anthropic, e o buscador com IA Perplexity passaram a atrair usuários que antes dependiam do Google para realizar pesquisas, resolver dúvidas e explorar conteúdos.

Dados de mercado mostram que o tráfego de buscas na plataforma do Google vem sofrendo quedas — com a Apple sinalizando que revisaria o Google ser o buscador-padrão do navegador Safari em iPhones e Macs. O crescimento das ferramentas conversacionais contribui para esse cenário, já que elas entregam respostas sem necessidade de redirecionar o usuário a outros sites.

Ferramenta reúne IA, histórico de buscas e acesso a outros apps

O IA Mode transforma a lógica da busca ao integrar recursos como respostas interativas, ações automatizadas e personalização por perfil de usuário. Entre as funcionalidades já anunciadas estão o Deep Search, que aprofunda temas complexos com múltiplas fontes; o Search Live, que permite interações por voz e câmera; e o Project Mariner, que executa tarefas de navegação automaticamente.

O novo modo pode ainda acessar o histórico de buscas e, com permissão, cruzar informações com dados de aplicativos do ecossistema Google, como Gmail e Agenda. Segundo a empresa, isso deve permitir respostas mais relevantes, de acordo com o contexto e os interesses do usuário.

Resumo com IA já aparece em 1,5 bilhão de buscas por mês

Antes mesmo do lançamento do novo modo, a empresa já havia iniciado a transição com os chamados AI Overviews, blocos de resumo gerados automaticamente no topo da página de resultados. Segundo o Google, esses trechos já aparecem em cerca de 1,5 bilhão de buscas por mês.

Apesar da adoção crescente, os resumos causaram controvérsia. Em casos isolados, o sistema recomendou práticas absurdas, como colocar cola na pizza ou consumir pedras. Ainda assim, o Google defende que a tecnologia está sendo aprimorada, e que os cliques gerados pelos resumos mostram um engajamento mais qualificado nos sites de origem.

Web aberta em xeque e reação tardia

Um dos desafios mais discutidos em torno do novo modelo é o impacto sobre o ecossistema da web. Criadores de conteúdo e veículos jornalísticos dependem do tráfego vindo do Google, mas a tendência de apresentar respostas prontas reduz a necessidade de visitar os sites que originam a informação.

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