Especialista em meditação ensina a conquistar equilíbrio sem ansiedade
Quando ele é desenvolvido, o oposto é alcançado - o foco mental se expande e a gestão das emoções acontece sem esforço
Daniel Salles
Publicado em 26 de outubro de 2020 às 06h10.
Última atualização em 26 de outubro de 2020 às 09h00.
Ter resultado, bater metas, vender mais, extrair o melhor de si, ficar mais com a família, curtir a casa, viajar mais, comer melhor... são tantas necessidades que precisamos contemplar que ficamos perdidos em como agir e realmente conseguir manter um equilíbrio. A vida está mais complexa, a rotina mais intensa, mas a EXAME Academy pode ajudar a manter a mente em foco
Aí vem a tal da pandemia que age como um freio de mão e faz nosso carro derrapar, girar na autopista, muda toda a direção e nos deixa ainda mais confusos...
Mas será que esse caos realmente bagunça tudo ou ele ajuda a organizar algo que precisava de cuidado e atenção internamente?
Nesse cenário, para saber para onde podemos ir, sugerimos como referência a antiga visão oriental que nos convida a olhar para dentro, buscar o silêncio, e com ele conseguir ouvir mais a voz que vem de dentro: a chamada voz do coração.
Segundo algumas tradições filosóficas de diferentes escolas, é no mundo interno que tudo acontece. É nele que evoluímos, crescemos e sentimos nossos medos. É no mundo interno que todo pensamento se manifesta e dele toda realidade concreta se realiza. É também nele que as emoções se processam e que nos fazem aprender dia após dia.
Dentro do mecanismo humano existem estruturas de consciência que nos regem e que interferem diretamente na nossa forma de pensar, sentir e agir no dia a dia.
Ying e Yang são referências muito conhecidas pelo saber popular, mas vou apresentar os GUNAS, que são termos orientais mais ligados a minha formação técnica em meditação.
Os Gunas são formas de manifestação da natureza e se subdividem em 3 tipos: TAMAS, que pode ser traduzido como inércia; RAJAS, entenda como turbulência; e SATTWA, que é o equilíbrio entre essas duas forças.
Quando Tamas ou Rajas estão em evidência, acontece um desequilíbrio que levará o ser humano a dispersão mental, gasto de energia, conflitos e fragilidade emocional.
Quando o equilíbrio, SATTWA, é desenvolvido, o oposto é alcançado - isto é, o foco mental se expande, a vitalidade cresce, a gestão das emoções acontece sem esforço e uma sensação de conexão com o todo se faz perceber.
E o que fazer para desenvolver esse tal estado de equilíbrio? A forma com que você usa o seu tempo define exatamente a construção dessas estruturas internas. Isto é, como você se alimenta, com quem trabalha, que tipo de conteúdo consome, quais emoções manifesta, como respira, como dorme etc.
Resumindo: suas escolhas, hábitos e atitudes definem a realidade que você vivencia, então, para te ajudar a entender como encontrar o equilíbrio, sugerimos que realize um auto estudo e observe quatro áreas que constituem sua vida e que podem ser lapidadas até o dia do juízo final. São elas:
As relações humanas, entendendo que o afeto é o que a sustenta;
O autoconhecimento, compreendendo que a autorrealização é a meta do indivíduo;
Seu lifestyle, compreendendo que alinhá-lo aos seus valores é o que dará uma sensação de preenchimento interno;
E a profissão, onde ter resultado é importante, mas ter satisfação pelo que faz é primordial.
Fazendo essa análise continuamente, você saberá onde pode melhorar suas atitudes e refinar sua estrutura de vida, para assim caminhar na direção de ter uma vida com mais equilíbrio e talvez cumprir com o aprendizado que a pandemia nos trouxe.
Thi Arruda é treinador de meditação de profissionais de alta performance.