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Worldcoin: projeto de dono do ChatGPT é alvo de operação policial em Hong Kong

Autoridades locais afirmam que iniciativa, que registra a íris de usuários, possui riscos de privacidade e segurança de dados

João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 1 de fevereiro de 2024 às 11h14.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2024 às 19h46.

A Worldcoin foi alvo na última quarta-feira, 31, de uma ação policial realizada pelas autoridades de Hong Kong que envolveu investigações em seis escritórios da empresa na região. O projeto usa criptomoedas e busca criar uma "identidade digital global". Ele foi lançado em 2023 e é comandado por Alex Blania e Sam Altman , atual CEO da OpenAI, a dona do ChatGPT.

Em um comunicado sobre a operação, o Escritório do Comissário de Privacidade para Dados Pessoais do país afirmou que foram cumpridos mandados de investigação nos escritórios. A preocupação gira em torno de "sérios riscos para a privacidade dos dados pessoais" dos cidadãos de Hong Kong.

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A agência disse ainda que "acredita que a coleta e o processamento de dados pessoais sensíveis pela organização podem violar os requisitos da Portaria de Dados Pessoais. Com o objetivo de proteger a privacidade dos dados pessoais do público, o PCPD iniciou proativamente uma investigação contra a Worldcoin".

A criação do World ID, a identidade digital do projeto , envolve o escaneamento da íris dos usuários, que recebem em troca uma quantia em WLD, a criptomoeda da empresa. A Worldcoin afirma que o registro de íris é imediatamente deletado e substituído por um código que apenas indica que o detentor teve a íris escaneada e comprovou ser um humano.

Logo após o lançamento da iniciativa, autoridades de diversos países compartilharam preocupações sobre o projeto e a forma como ele gerencia dados sensíveis da população. Ele já é investigado em países como o Reino Unido, a França e a Argentina , e foi ordenado a suspender suas operações no Quênia . As operações no Brasil foram encerradas em agosto .

A líder da agência reguladora, Ada Chung Lai-ling, disse que "os membros do público devem proteger cuidadosamente os seus dados pessoais sensíveis e evitar participar em quaisquer atividades que recolham dados pessoais sensíveis, como a leitura da íris, de forma arbitrária".

"As informações da íris são um tipo de dado biométrico. De um modo geral, os dados biométricos são únicos e não podem ser alterados, podendo ser considerados dados pessoais sensíveis", ressaltou. Agora, as autoridades do país vão averiguar se a Worldcoin está cumprindo com as exigências legais para gerenciamento e uso de dados sensíveis.

Em nota enviada à EXAME, a Tools for Humanity, empresa responsável pela Worldcoin, afirmou que o projeto "foi desenvolvido para ajudar a criar acesso e participação na economia digital global, preservando a privacidade. A Worldcoin não procura saber quem é uma pessoa, apenas que ela é humana e única. Portanto, qualquer informação usada para verificar a singularidade humana é prontamente excluída por padrão"

"A Worldcoin está aberta a responder às perguntas, oferecer informações e esclarecimentos de consumidores e reguladores, incluindo o Gabinete do Comissário de Privacidade de Dados Pessoais (PCPD), sobre os programas disponíveis para as pessoas em suas comunidades, cidades, países ou regiões. A Fundação Worldcoin está comprometida em seguir as leis e regulamentos relevantes que regem o processamento de dados pessoais nos mercados onde a Worldcoin opera. Isso inclui, mas não se limita à Ordem de Privacidade de Dados Pessoais (Privacidade) de Hong Kong", ressaltou.

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