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Visa lança no Brasil plataforma para emissão e gerenciamento de criptoativos

À EXAME, vice-presidente de Novos Negócios da Visa afirmou que projeto busca antecipar "escala enorme" potencial do mercado

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 3 de outubro de 2024 às 10h29.

Última atualização em 4 de outubro de 2024 às 11h28.

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A Visa anunciou nesta quinta-feira, 3, o lançamento da VTAP, uma plataforma desenvolvida pela gigante de meios de pagamento para facilitar a emissão, queima e gerenciamento de criptoativos. O projeto ainda está em fase de sandbox no mercado brasileiro, permitindo que instituições parceiras da empresa realizem testes com a ferramenta.

Em entrevista exclusiva à EXAME durante o 2º Fórum Ativos Digitais promovido pela Cantarino Brasileiro e pelo Blocknews, Eduardo Abreu, vice-presidente de Novos Negócios da Visa, explicou que o projeto teve origem na Europa, em parceria com o banco BBVA, e agora chega ao Brasil com APIs que permitirá que instituições financeiras atuem como emissoras de ativos digitais.

"A plataforma permite que você crie qualquer token que quiser e aí, a partir daí, consegue criar um contrato inteligente baseado nele para que tenha uma relação entre empresas, bancos e pessoas. O processo fica registrado em blockchain e aí pode queimar a moeda e transformar fiduciária quando quiser", explica.

Na prática, a plataforma busca facilitar processos de emissão e queima de criptoativos e o chamado "on-ramp, off-ramp", a conversão de criptoativos para moedas fiduciárias. Abreu ressaltou que a Visa "não vai lançar uma criptomoeda própria" no projeto. Já a plataforma pode sair do modelo de sandbox em 2025, ganhando mais escala.

O VTAP também foi desenvolvido para ter interoperabilidade com outros blockchains, além de características próprios de ativos digitais como programabilidade, por meio dos contratos inteligentes.

O projeto é baseado em uma EVM, rede compatível com o blockchain Ethereum. Para Abreu, o lançamento da iniciativa "casa muito com uma questão que tem um mercado que está crescendo, de Web3, blockchain, que talvez esteja muito em um mundo específico, porque tem as suas dificuldades e peculiaridades, mas eu como empresa tenho que estar atento a isso e criar formas de se aproximar desse segmento que está sendo criado".

"Estamos olhando para o futuro. Hoje a oportunidade talvez não seja tão grande ainda, mas se não olharmos para o futuro e não estivermos prontos, vamos perder quando estiver em outro patamar", ressalta. Nesse sentido, Abreu avalia que o lançamento é um "movimento de antecipação de mercado".

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"Acreditamos na capacidade de distribuição dos bancos hoje. Na hora que precisarem disponibilizar ativos digitais e tivermos a ferramenta pronta, a escala disso vai ser enorme", projeta.

Já sobre a regulamentação do mercado de criptoativos, Abreu destacou que a Visa "está participando de todas as discussões de regulação para que ela exista. Ela tem que existir, mas precisa garantir que ela não vai ferir os princípios, os conceitos de blockchain, tokenização, não engesse demais essa essência. Queremos apoiar a regulação e que ela seja combinada pelo mercado".

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