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Um dia após atualização, R$70 milhões já foram destruídos na rede Ethereum

Uma das mudanças após a atualização, queima de criptomoedas tem ritmo acelerado e quase 5.000 ETH já foram tirados de circulação em pouco mais de 24 horas

Quase 5.000 unidades de ether já foram tirados de circulação da rede Ethereum desde a atualização London (Yuriko Nakao/Getty Images)

Quase 5.000 unidades de ether já foram tirados de circulação da rede Ethereum desde a atualização London (Yuriko Nakao/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 6 de agosto de 2021 às 10h40.

Última atualização em 6 de agosto de 2021 às 10h51.

Pouco mais de 24 horas depois da ativação da atualização London, cerca de 13,5 milhões de dólares (70 milhões de reais) em ether já foram "queimados" e tirados de circulação na rede Ethereum. Após a atualização, foram, em média, cerca de 196 ETH queimados por hora, e 4.830 ETH no total.

Os dados são divulgados em tempo real em sites como ETH Burned e Etherchain, que monitoram a atividade no blockchain do Ethereum e a queima de ether que começou a ser feita depois da atualização, ativada na manhã da última quinta-feira, 5.

A queima de ether é uma das mudanças que foram realizadas no blockchain da segunda maior criptomoeda do mundo. Desde que foi colocada em prática, a mudança chamada de EIP-1559 prevê que os tokens ETH que eram utilizados pelo usuários da rede para pagar taxas de transação sejam destruídos e tirados de circulação, e não mais enviado aos mineradores, como era antes.

A mudança visa compensar parte da emissão de novos tokens, que, no caso do ether, acontece em ritmo acelerado e pode causar inflação no preço do ativo, reduzindo seu valor - ao contrário do bitcoin, cuja oferta máxima é de 21 milhões de unidades, o ether tem oferta ilimitada.

São 2 ETH colocados em circulação a cada bloco minerado, dados como recompensa aos mineradores. Como isso acontece em média a cada 14 segundos, a emissão de ETH é muito acelerada, e a queima dos tokens tenta aumentar a escassez do ativo, reduzindo sua oferta, o que pode valorizar a criptomoeda. Essa visão não é unanimidade entre os especialistas, mas nas últimas 24 horas já houve blocos que viram mais ativos queimados do que emitidos (como o bloco número 12.965.263), o que pode indicar que o ether está próximo de se tornar deflacionário.

    A destruição ou queima de criptoativos é um processo simples. Em geral, os tokens que se deseja tirar de circulação são enviados para um endereço que nenhuma pessoa tem acesso ou controle. Exceto se alguém descobrir a chave privada deste endereço, os tokens nunca mais serão utilizados - a chance de alguém conseguir esta façanha é de 1 em 1075 (sim, um número com 75 zeros) e, mesmo se isso acontecer, há mecanismos no blockchain que tirariam os tokens de circulação novamente caso o invasor tentasse fazer uma transação com eles.

    O ritmo de queima de ether não deverá se manter tão alto por muito tempo. A atualização permite que a rede se adapte aos momentos de alta demanda para que, quando houver mais transações e mais taxas sendo pagas, mais ETH seja queimado. O número elevado das últimas horas se dá porque havia muitas transações na mempool do Ethereum, que é uma espécie de "sala de espera" das transações, que ainda não chegaram a nenhum minerador. Assim que a mempool estiver vazia, é provável que o ritmo de queima de tokens diminua.

    A expectativa sobre o preço do Ethereum após a atualização divide opiniões. Enquanto uns acreditam que ela pode causar novas altas no curto prazo, outros afirmam que a mudança é superestimada e pode ter pouco impacto no preço da segunda maior criptomoeda do mundo. No momento, o ether é negociado a 2.780 dólares, com alta de quase 20% nos últimos sete dias e 7% nas últimas 24 horas.

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