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S&P diz que criptomoedas poderão se tornar ativos de proteção contra inflação

Agência de classificação de risco avalia que ativos ainda não são reservas de valor, mas possuem capacidade para operar como tal

Correlação entre bitcoin e ouro subiu nas últimas semanas (Getty Images/Reprodução)

Correlação entre bitcoin e ouro subiu nas últimas semanas (Getty Images/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 10 de maio de 2023 às 10h46.

A Standard & Poor's, uma das maiores agências de classificação de risco no mundo, afirmou em um comunicado na terça-feira, 9, que as criptomoedas possuem potencial para, teoricamente, assumirem o papel de ativos de proteção, ou hedge, em momentos de inflação elevada.

Atualmente, a S&P considera que não existem dados que comprovem uma "narrativa popular" entre investidores de que essa classe de ativos já seria capaz de cumprir essa função. Entretanto, ela afirma que, "teoricamente", esses ativos possuem o potencial, destacando que países com inflação alta têm tido forte adesão de criptoativos - caso da Argentina e da Venezuela.

No comunicado, enviado ao portal CoinDesk, a S&P disse que "alguns argumentam que as criptomoedas podem ter alta demanda em um ambiente de altas taxas de juro ealta inflação porque podem servir como uma reserva de valor. Achamos que o histórico do setor é muito curto para provar isso".

Segundo a agência de classificação de risco, um dos pontos que, no momento, derruba essa narrativa é a baixa correlação entre o preço do bitcoin e as expectativas dos investidores para a inflação nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, investidores têm apontado para sinais que indicam que a tese de reserva de valor ganhou força.

O principal é o crescimento da correlação entre o comportamento do preço da maior criptomoeda do mercado e a cotação do ouro - a reserva de valor mais tradicional entre investidores. A relação entre os dois ativos atingiu em abril o maior nível da história, indicando que mais investidores têm visto funções semelhantes nos dois ativos.

Para entusiastas do bitcoin, o ativo seria capaz de se tornar um "ouro digital" porque funciona como uma commodity, tendo uma oferta limitada que dá uma característica de escassez. Se a demanda pelo criptoativo continuar em crescimento, ele tende a se valorizar cada vez mais.

Relação com os juros dos EUA

No entanto, a S&P considera que, apesar desse potencial existir, ainda não há uma base nos dados para confirmar a visão. Um indicador citado pela agência foi a queda de 70% ao longo de 2022, no mesmo período em que a inflação dos Estados Unidos teve forte crescimento e superou a casa dos 8%.

Ao mesmo tempo, o ouro "consistentemente teve uma correlação com as expectativas de inflação desde 2013. Existem evidências de uma causalidade entre as expectativas de inflação e o comportamento da cotação do ouro, com um nível de confiança de 95%. O mesmo teste falha ao ser feito para o bitcoin".

Para a agência de classificação de risco, as criptomoedas possuem, no momento, uma relação maior com os custos de empréstimos nos Estados Unidos, ou seja, a taxa de juros do país. Nesse sentido, os ativos digitais têm tido um comportamento inverso com os títulos do Tesouro dos EUA com vencimento em dois anos.

"Em uma base diária de três meses, os títulos do Tesouro [rendimento de dois anos] e o índice de criptomoedas exibiram uma relação inversa 63% do tempo desde maio de 2017. Isso aumenta para 75% a partir de maio de 2020, após o início da pandemia de Covid-19", comentou a S&P.

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