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Ripple lança plataforma para criação de moedas digitais por governos

Objetivo da empresa é facilitar o desenvolvimento das chamadas CBDCs, incentivando uma tokenização da economia global

Brasil faz parte de grupo seleto de países com projetos piloto de moedas digitais (Reprodução/Reprodução)

Brasil faz parte de grupo seleto de países com projetos piloto de moedas digitais (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 18 de maio de 2023 às 11h58.

A Ripple anunciou nesta quinta-feira, 18, o lançamento de uma plataforma para ajudar no desenvolvimento de moedas digitais de bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês) e de stablecoins por governos em todo o mundo. O objetivo é incentivar a tokenização da economia global.

De acordo com a empresa, a plataforma é uma "solução de ponta a ponta sem atrito para bancos centrais, governos e instituições financeiras emitirem suas próprias moedas digitais de bancos centrais". A tecnologia que será usada para isso é a XRP Ledger, com uma rede privada e permissionada específica para o uso por órgãos governamentais.

O comunicado divulgado pela Ripple afirma que os usuários da plataforma poderão usar a tecnologia blockchain e gerenciar e customizar todo o ciclo de vida de moedas digitais baseadas em moedas fiduciárias já existentes, assim como cunhagem e distribuição das mesmas e suas transações.

Segundo a Ripple, "os recursos inovadores da plataforma ajudarão a permitir a liquidação instantânea de pagamentos domésticos e transfronteiriços, reduzir riscos e melhorar a experiência do usuário de enviar e receber rapidamente moedas digitais em ambos os lados de uma transação".

A criação das moedas digitais também deve ajudar na chamada "bancarização" de pessoas, ou seja, ofertar serviços bancários para uma parte da população que ainda não tem acesso a eles no momento. Ao menos um país, a República de Palau, já anunciou que vai usar a plataforma.

"Como parceiro confiável de vários bancos centrais, acreditamos que esta plataforma ajudará a resolver problemas para muitos bancos centrais e governos que estão elaborando planos e desenvolvendo uma estratégia de tecnologia para implementações de CBDCs", afirmou o vice-presidente da Ripple para engajamento de bancos centrais e CBDCs, James Wallis.

A companhia disse ainda que, segundo pesquisas, mais de 90% dos países em todo o globo já estão explorando, desenvolvendo ou implementando versões digitais e integradas à tecnologia blockchain das suas moedas fiduciárias como forma de "aumentar a inclusão financeira e reduzir o custo e o risco dos processos de pagamentos domésticos e transfronteiriços".

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Real Digital

O Brasil iniciou em março deste ano a fase de teste piloto do Real Digital, a futura CBDC brasileira. O processo deve se estender pelo resto do ano e ser concluído em 2024, abrindo as portas para um futuro lançamento do projeto para o público. Com isso, o país se juntou a um grupo seleto de nações que já lançaram ou também estão testando suas CBDCs.

Dados reunidos pela organização Atlantic Council apontam que, em dezembro de 2022, apenas 11 dos 114 países que atualmente estudam CBDCs conseguiram implementar suas iniciativas com sucesso. Além disso, 18 estão neste momento na fase piloto, importante para garantir a segurança, casos de uso e a infraestrutura por trás das moedas digitais.

Agora, o Brasil se tornou o 30º país a integrar esse grupo seleto, que representa menos de 30% de todas as nações do globo. Além disso, dependendo do momento em 2024 que o Real Digital for lançado, ele poderá ser, por alguns meses, a maior economia do mundo a conseguir implementar com sucesso uma versão digital da sua moeda fiduciária.

O projeto brasileiro também possui outros pioneirismos. Ele é o mais avançado na América Latina até o momento, e deve ser o primeiro bem-sucedido da região. Além disso, o foco de uso da CBDC não é para realização de transações instantâneas no varejo - principal aplicação das moedas digitais atualmente em circulação -, já que o Pix resolveu essa área. Por isso, o projeto focará em áreas como programabilidade e uso no mercado financeiro. Recentemente, o BC também realizou um evento para divulgar casos de uso que estão sendo avaliados para a moeda digital.

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