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Queda do mercado cripto acelera desenvolvimento e é momento de construir, diz André Portilho, do BTG

Executivo do maior banco de investimentos da América Latina comenta situação atual do mercado de criptomoedas e possibilidades de desenvolvimento no setor

Maioria das criptomoedas apresenta queda em 2022 (Justin Tallis/Getty Images)
MM

Mariana Maria Silva

Publicado em 29 de setembro de 2022 às 19h31.

Última atualização em 3 de outubro de 2022 às 13h08.

Depois de ter atingido o seu auge no último ano, o mercado de criptomoedas passa por um mau momento ao longo de 2022. Saindo de uma capitalização de mais de US$ 3 trilhões em novembro de 2021 para os atuais US$ 983 bilhões, o mercado despencou, levando consigo uma série de empresas como Celsius, Voyager Digital e Three Arrows Capital, que declararam falência.

No entanto, até mesmo momentos em que o bitcoin apresenta queda de 60% no acumulado do ano podem ser benéficos para o desenvolvimento de uma tecnologia que já mostrou ter potencial para mudar a forma como as finanças funcionam em todo o mundo. É o que pensa André Portilho, sócio do BTG Pactual e responsável pela Mynt, plataforma de investimento em criptomoedas do grupo.

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-(Mynt/Divulgação)

Durante uma palestra no evento Fintouch 2022, realizado pela Associação Brasileira de Fintechs em São Paulo, Portilho reconheceu o mau momento, mas aconselhou foco no desenvolvimento, fazendo comparações com a bolha ".com”, fase em que muitas empresas envolvidas com a internet quebraram, mas outras se destacaram e se tornaram verdadeiras protagonistas de um império da tecnologia.

“Quando a tecnologia de fato é boa e ela resolve o problema, isso não impede a continuidade de desenvolvimento. Isso não aconteceu no passado e provavelmente não vai acontecer agora”, disse o executivo em resposta a Rudá Pellini, moderador da conversa.

“Muitas vezes você até acelera o desenvolvimento, porque quando o capital fica um pouco mais restrito, você limpa todo mundo que não tem um modelo de negócio sustentável e que não sabia muito o que estava fazendo, que estava só ‘surfando a onda’”, acrescentou.

Sugerindo que momentos de crise podem ser essenciais para selecionar os projetos mais bem desenvolvidos na tecnologia, Portilho revelou acreditar que o desfecho deste momento no mercado de criptomoedas e blockchain possa ser mais positivo que negativo. “Estamos no momento de construir”, disse.

“Talvez você tenha um tamanho menor, mas o resultado no final das contas seja mais eficiente. Eu acho que é exatamente isso que vai acontecer agora”, afirmou no painel “O futuro do dinheiro: Pix, Open Finance e Moedas Digitais”.
Como resposta a pergunta de Rudá Pellini sobre como se posicionar no mercado neste momento, o executivo afirmou que o foco no desenvolvimento é o fator mais importante. Isso evitaria o gasto desnecessário em um momento de capital restrito.

“Tem muito capital ainda para ser empregado nessas tecnologias novas, teve muita captação ano passado e esse capital ainda não foi colocado em uso. O que vai acontecer agora é que ele vai ser mais restritivo, não vai ser aquela festa. E de um certo ponto, isso é bom, porque faz parte do ciclo econômico”, explicou.

“Agora, para todo mundo que está desenvolvendo projeto, que tem startup e o seu capital, não é hora de parar de construir, mas de focar muito e entender qual é o seu negócio”, concluiu André Portilho.

Disponibilizada para o público geral em 15 de agosto, a Mynt, empresa focada em criptomoedas do BTG Pactual, oferece o investimento em oito ativos: bitcoin, ether, cardano, polkadot, solana, chainlink, polygon e USDC.

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