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Qual é o impacto das conferências e apoios políticos no mercado cripto?

Figuras políticas de peso como Donald Trump e Robert F. Kennedy Jr. trouxeram propostas que podem redefinir o papel dos criptoativos na economia norte-americana e global

Former US President and 2024 Republican presidential nominee Donald Trump speaks during the National Association of Black Journalists annual convention in Chicago, Illinois, on July 31, 2024. (Photo by KAMIL KRZACZYNSKI / AFP)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 24 de agosto de 2024 às 11h09.

Por Pedro Gutierrez*

As criptomoedas, desde o surgimento do bitcoin em 2009, foram inicialmente concebidas como alternativas descentralizadas às moedas tradicionais, uma resposta às falhas percebidas no sistema financeiro global. Com o tempo, o bitcoin e outras criptomoedas se tornaram não apenas uma nova classe de ativos, mas também um campo de batalha político, especialmente à medida que figuras influentes começam a moldar o futuro desse setor.

A recente Conferência Bitcoin em Nashville destacou essa interseção entre política e criptomoedas. Figuras políticas de peso como Donald Trump e Robert F. Kennedy Jr. trouxeram propostas que podem redefinir o papel dos criptoativos na economia norte-americana e global.

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As declarações de Trump, sugerindo uma reserva estratégica de bitcoin, e de Kennedy, propondo compras diárias de bitcoin pelo Tesouro dos EUA, sinalizam uma potencial mudança drástica na política econômica dos Estados Unidos. Essa postura pró-cripto, embora possa parecer radical, reflete a crescente aceitação das criptomoedas em
círculos que anteriormente as viam com ceticismo.

Esses desenvolvimentos políticos ocorrem em um momento de alta volatilidade para o mercado de cripto ativos. Na semana passada, o bitcoin sofreu uma queda de 15%, sua maior perda semanal desde o colapso da exchange FTX em 2022.

O ether, segunda maior criptomoeda, desabou 22% em um único dia. Esses movimentos de mercado foram
impulsionados por uma combinação de fatores: a aversão ao risco nos mercados globais, temores de recessão nos Estados Unidos, a alta dos juros no Japão, e as crescentes tensões geopolíticas no Oriente Médio. Todos esses elementos contribuíram para um ambiente de "sell off", com investidores fugindo de ativos de maior risco.

O impacto dessas flutuações não se restringe aos mercados asiáticos ou norte-americanos. Na América Latina, uma região já marcada por instabilidade econômica e inflação elevada, as criptomoedas têm sido vistas como uma possível solução para proteção patrimonial e diversificação de investimentos.

No entanto, a recente queda nos preços, alimentada pelas incertezas políticas e econômicas globais, pode desacelerar essa adoção. Investidores latinoamericanos, que têm buscado segurança em ativos digitais, podem se ver ainda mais
cautelosos diante de um mercado que parece estar cada vez mais vulnerável a influências
externas.

Política e o mercado cripto

A relação entre a política e o mercado de criptomoedas é complexa e muitas vezes imprevisível. A volatilidade recente serve como um lembrete de que, embora as criptomoedas tenham sido criadas para funcionar de forma independente das estruturas tradicionais, elas não estão imunes às influências políticas e econômicas globais.

Figuras como Trump e Kennedy podem definir o futuro desse mercado, e suas ações podem ter consequências de longo alcance, tanto positivas quanto negativas.

Diante desse cenário, é necessário que os investidores, especialmente na América Latina, mantenham-se informados sobre as mudanças políticas e econômicas que podem impactar o mercado de cripto ativos. As conferências, que se tornaram plataformas importantes para a discussão dessas questões, continuarão sendo espaços onde o futuro das criptomoedas será debatido e, em muitos casos, decidido.

À medida que o mundo observa a evolução das políticas cripto nos Estados Unidos, a América Latina deve estar preparada para se adaptar às novas realidades que surgirem desse cenário volátil e em constante mudança.

*Pedro Gutierrez é diretor regional Latam da CoinEx, exchange global de criptomoedas.
A exchange faz parte do Grupo ViaBTC.

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