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O inverno cripto acabou? Especialistas respondem se criptomoedas vão voltar a disparar

Início de 2023 marcou a retomada do otimismo no setor; descubra se as altas de janeiro vão perdurar ao longo do ano

Quedas de 2022 ficaram conhecidas como "inverno cripto" (Andriy Onufriyenko/Getty Images)

Quedas de 2022 ficaram conhecidas como "inverno cripto" (Andriy Onufriyenko/Getty Images)

Depois de um longo período de quedas que ficou conhecido como “inverno cripto” em 2022, o mercado de criptomoedas deu o pontapé inicial em 2023 com altas de até 5.000%, no caso das criptomoedas focadas em inteligência artificial. O bitcoin, acumula alta de cerca de 30% desde o início do ano.

Tudo isso soou como um alívio aos investidores mais preocupados, depois de terem passado por um período em que acontecimentos negativos como colapsos e falências haviam se tornado quase “comuns”, com casos famosos como Terra/Luna, Celsius, Three Arrows Capital e FTX.

Além, é claro, dos impactos da geopolítica e a macroeconomia, com a guerra entre Rússia e Ucrânia e a elevação agressiva de juros nos EUA para combater a inflação.

Mas será que os movimentos de alta das principais criptomoedas terão força para continuar ao longo de 2023 e recuperar as perdas do último ano? Quem sabe, até chegar a novas máximas históricas? Esta dúvida tomou conta do mercado nas últimas semanas, principalmente após o bitcoin apresentar um recuo ao sair dos US$ 23 mil para os atuais US$ 21.700.

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"O inverno cripto ainda não acabou. Nas últimas semanas, tivemos um aumento muito grande no apetite a risco, fruto do resultado da inflação de dezembro e da possibilidade do Fed elevar a taxa de juros em apenas 0,25%. Todavia, isso já estava precificado no movimento de alta do bitcoin que fez o ativo chegar até os US$ 24 mil”, explicou Lucas Josa, analista de ativos digitais na Mynt, plataforma de criptoativos do BTG Pactual.

A situação econômica dos Estados Unidos pode continuar a impactar o preço das criptomoedas em 2023. “O que realmente não estava no preço eram dados que demonstrassem a resiliência do mercado de trabalho nos EUA, que por sua vez, podem ter um impacto negativo na luta do Fed contra a inflação", acrescentou Josa.

Para o especialista, um novo ciclo de alta como o de 2021, que levou o bitcoin até US$ 69 mil, ainda pode estar longe de se concretizar.

"Como vimos nos últimos dois anos, o mercado cripto está muito dependente das condições macroeconômicas e, enquanto e o Fed não adotar uma política monetária expansionista ou demonstrar que realmente conseguiu controlar a inflação, dificilmente veremos um novo ciclo de alta”, disse.

Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move, concorda que o inverno cripto ainda não acabou, mas espera que o preço do bitcoin ainda possa dobrar em 2023.

“O cenário macro estabilizando a gente tende a ter um ano positivo. No curto prazo a gente pode ver mais um recuo em direção a US$ 20 mil, mas para o ano de 2023 eu espero um ano positivo, onde o preço do bitcoin fique na faixa dos US$ 30 a US$ 40 mil”, afirmou o especialista.

No lado técnico, o bitcoin pode estar mais correlacionado com as finanças tradicionais do que se imagina e, por isso, o “inverno cripto” ainda pode não ter atingido o seu fim.

“Ao meu ponto de vista o mercado já fez fundo, tanto o acionário quanto o de criptomoedas, mas isso não significa que o “inverno” tenha acabado. Acredito que o preço deva consolidar por um bom tempo ainda na região de fundo formada para que em alguns meses uma nova bull run se inicie”, comentou Fernando Pereira, gerente de conteúdo da BitGet.

“Se colocarmos o gráfico do Bitcoin e do S&P500 lado a lado veremos que ambos fizeram uma formação de fundo idêntica no mesmo dia, 13 de outubro de 2022, mostrando a forte correlação entre esses ativos, e que os compradores agiram no mesmo ponto”, acrescentou Pereira.

“A única certeza do mercado, é que não sabemos de nada. Principalmente diante de incertezas macroeconômicas pairando pelos ares. Estamos em um cenário onde uma recessão pode ser anunciada amanhã, semana que vem, semestre que vem ou que ela simplesmente não aconteça”, concluiu o especialista.

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