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Falida, gigante Mt. Gox adia data de pagamento bilionário para clientes

Corretora de criptomoedas declarou falência em 2014 e investidores aguardam ressarcimento desde então

Mt. Gox declarou falência em 2014 (Reprodução/Reprodução)

Mt. Gox declarou falência em 2014 (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 21 de setembro de 2023 às 10h55.

Última atualização em 24 de janeiro de 2024 às 12h10.

O administrador da corretora falida de criptomoedas Mt. Gox, Nobuaki Kobayashi, alterou oficialmente o prazo de pagamento aos credores da exchange de 31 de outubro de 2023 para 31 de outubro de 2024. Com isso, os clientes da empresa precisarão esperar mais para o ressarcimento, que tem sido planejado desde a falência da companhia, em 2014.

Em uma carta divulgada nesta quinta-feira, 21, Kobayashi escreveu que, com a permissão do Tribunal Distrital de Tóquio, no Japão, ele decidiu estender o prazo para o reembolso básico, o reembolso antecipado e o reembolso intermediário dos antigos clientes da corretora de criptomoedas.

Além disso, Kobayashi explicou que, para os credores de reabilitação que forneceram as informações necessárias, os reembolsos serão feitos em sequência já a partir do final deste ano. "Observe que o cronograma está sujeito a alterações, dependendo das circunstâncias, e o momento específico dos reembolsos para cada credor de reabilitação ainda não foi determinado", acrescentou Kobayashi.

Atualmente, o patrimônio da Mt. Gox é composto por cerca de 142 mil bitcoins, 143 mil bitcoins cash e 69 bilhões de ienes japoneses. Somados, o montante total ainda sob posse da corretora é avaliado em mais de US$ 6 bilhões (R$ 30 bilhões), que precisariam agora ser destinados para os credores.

Falência da Mt. Gox

A Mt. Gox foi uma das primeiras corretoras de criptomoedas do mundo e chegou a responder por mais de 70% de todo o volume de negociação realizado no ecossistema de redes blockchain enquanto o mercado ainda estava em expansão. Com isso, ela é até hoje uma das maiores detentoras de bitcoin do mercado cripto.

A exchange foi alvo de um grande ataque hacker em 2011 e entrou em colapso oficialmente em 2014 devido a uma suposta crise de insolvência. As consequências da quebra da corretora afetaram os cerca de 24 mil clientes e resultaram na perda de 850 mil bitcoins, além de terem gerado um forte impacto negativo no mercado à época.

O novo adiamento no pagamento se soma a uma série de atrasos que foram anunciados pelos atuais administradores da Mt. Gox desde então. O registro para os ressarcimentos foram abertos ainda em 2014, mas a situação se arrastou desde então, enquanto os executivos responsáveis pela empresa também enfrentam processos no Japão, país em que a exchange está sediada.

Há um temor, ainda, de que os pagamentos poderão gerar um impacto negativo no mercado. O motivo seria a entrada súbita de uma quantidade significativa de bitcoins no mercado conforme os clientes recebessem os valores de volta. O adiamento representa, por esse lado, um afastamento dessa possibilidade no curto prazo.

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