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Justiça do Brasil quer criar sistema capaz de bloquear ativos digitais em corretoras

Conselho Nacional de Justiça explicou que ferramenta CriptoJud será usada em casos de decisões judiciais com bloqueio de patrimônio

Judiciário trabalha em ferramenta focada em criptoativos (Reprodução/Reprodução)

Judiciário trabalha em ferramenta focada em criptoativos (Reprodução/Reprodução)

Cointelegraph
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Agência de notícias

Publicado em 22 de agosto de 2024 às 16h23.

O Judiciário do Brasil está trabalhando na criação de um sistema que será capaz de bloquear qualquer ativo digital de brasileiros mantidos em corretoras de criptomoedas. O anúncio foi feito pelo juiz auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Frederico Montedonio Rego durante o 1º Congresso Nacional da Dívida Ativa.

A ferramenta ganhou o nome de CriptoJud e será "similar" ao SisbaJud, que atualmente permite uma série de bloqueios financeiros em contas e carteiras digitais no Brasil. A proposta de criação do sistema começou já em 2020, quando o Banco Central e o CNJ substituíram o BacenJud pelo SisbaJud.

Assim como ocorre atualmente, para bloquear ou penhorar criptomoedas pelo CriptoJud será necessário a expedição de uma ordem judicial, seguindo todos os ritos jurídicos atualmente usados para a mesma função no sistema financeiro, garantiu Rego.

“Precisamos enfrentar a nova realidade. Hoje não existem contas judiciais de criptomoedas como há, por exemplo, uma conta judicial de bloqueio de ativos financeiros. A força de trabalho das procuradorias é limitada, por isso precisamos priorizar os nossos esforços no sentido de obter os melhores resultados na execução fiscal”, disse o juiz.

Contudo, ainda não há um prazo oficial para o lançamento do sistema. Embora a Receita Federal já tenha dados das movimentações dos bitcoins e criptomoedas dos brasileiros nas exchanges, o BC, definido como o regulador para o mercado cripto, ainda não definiu as regras para o mercado e, com ela, as obrigações das corretoras.

"As exchanges operam livremente no mercado brasileiro e ainda não estão sujeitas às regras do Banco Central. Por isso, ainda não são acessíveis pelo SisbaJud", explicou o CNJ ao Cointelegraph após questionamento durante o processo de migração dos sistemas.

O Judiciário e outros reguladores brasileiros estão cada vez mais desenvolvendo ações voltadas para o mercado de criptomoedas. Enquanto o Banco Central trabalha na definição das regras para o mercado cripto, órgãos como a Receita Federal também estão avançando em medidas de fiscalização do setor.

A Receita já anunciou que haverá mudanças para o mercado cripto com o intuito de ter mais informações sobre as movimentações de ativos digitais dos brasileiros. O projeto, batizado de Cripto Conforme, envolve uma adequação às regras internacionais de fiscalização e tributação de operações financeiras com ativos digitais.

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