JPMorgan: mineradores de bitcoin terão "teste de estresse" em 2024; saiba o motivo
Banco acredita que taxa de dificuldade em operações com a criptomoeda atingirão novos recordes, afetando mineração
Redação Exame
Publicado em 18 de julho de 2023 às 09h00.
O banco JPMorgan divulgou um relatório no último sábado, 15, em que avalia que os mineradores de bitcoin vão enfrentar um "teste de estresse" em 2024, quando a taxa de dificuldade de mineração da criptomoeda deverá atingir novos recordes e exigirá mais recursos nas operações de mineração.
Na visão dos analistas do banco, o evento conhecido como halving - previsto para abril de 2024 e que envolve a redução pela metade da quantidade de criptomoedas geradas na mineração - deve fazer com que a taxa de dificuldade da operação, conhecida como hash rate, chegue a novos recordes.
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Com isso, os mineradores vão enfrentar custos de eletricidade voláteis e uma competição entre eles que deve aumentar o custo de produção. O halving ocorre a cada quatro anos e resulta em uma redução na oferta de bitcoin no mercado, o que tradicionalmente ajuda na valorização do ativo e também atrai mais mineradores.
Os analistas do JPMorgan avaliam que o próximo halving "vai reduzir a emissão como recompensa de 6,25 bitcoins para 3,125 bitcoins, resultando em uma redução na receita dos mineradores e efetivamente aumentando o custo de produção da criptomoeda ao mesmo tempo".
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Futuro da mineração do bitcoin
"Como resultado, embora o halving do bitcoin seja visto como tendo um efeito positivo no preço, dado que o custo de produção atuou historicamente como um piso, isso representa um desafio para os mineradores", explica o relatório. Atualmente, os gastos com eletricidade para a mineração estão em torno de US$ 20 mil.
Com isso, a margem de lucro dos mineradores é alta, já que a cotação atual da criptomoeda é de US$ 30 mil. Entretanto, o JPMorgan espera que a volatilidade na hash rate resulte na necessidade de usar mais fontes de energia, aumentando os gastos. Ao mesmo tempo, mineradores com acesso a fontes mais baratas deverão ter uma vantagem nessa competição.
No momento, o custo médio de eletricidade para a mineração é de US$ 0,05 por quilowatt-hora (kWh), e o JPMorgan estima que uma alta de até 1% nesse valor já resultaria em um aumento de custo de US$ 4,3 mil para os mineradores. A tendência é que a alta seja ainda maior, de US$ 8,6 mil, aumentando a "vulnerabilidade" de mineradores com custos maiores.
Mesmo assim, o JPMorgan destaca que "o interesse institucional na mineração de bitcoin forneceu suporte para mineradores em dificuldades, com investimentos em plataformas de mineração de empresas como Galaxy Digital e Grayscale Investments". Mas o preço da criptomoeda e as taxas de transação precisariam ter uma alta "significativa" para compensar os custos maiores.
"O declínio no hype em torno das criptomoedas representa um desafio adicional para as receitas dos mineradores. No futuro, parece improvável que a taxa de hash do bitcoin continue a subir no mesmo ritmo após o halving de abril/maio de 2024 sem qualquer aumento sustentado no preço acima de seu custo de produção ou um grande aumento nas taxas de transação que possam compensar o redução nas recompensas de emissão", avalia o banco.
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