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Investimentos: quanto de criptomoedas devo ter no meu portfólio?

Entenda os fatores que influenciam a alocação em ativos digitais e descubra como definir uma porcentagem segura

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Felippe Percigo
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 27 de julho de 2024 às 11h00.

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Este ano, o universo dos ativos digitais deve somar 562 milhões de detentores, o equivalente a 6,8% da população mundial, segundo levantamento da Triple A.

Esse total é 34% maior do que os 420 milhões registados em 2023. É provável que boa parte dessas pessoas tenham embarcado na criptoesfera sem muito conhecimento do mercado nem planejamento, seduzidos pelo ciclo de alta.

Uma das dúvidas mais comuns dos entrantes diz respeito à porcentagem ideal de exposição a criptomoedas em um portfólio.

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Não é uma resposta simples e nem eu posso te dar essa resposta. A solução é individual, passa por autoconhecimento, compreensão do mercado e objetivos.

Comece a jornada buscando entender o seu perfil de investidor. Reflita:

  • Qual o seu nível de conhecimento em criptomoedas?
  • Qual o tamanho do seu apetite ao risco?
  • Você fica nervoso quando acontecem quedas no mercado?
  • Sabe esperar ou sofre de ansiedade?

A partir daí, você consegue ter pistas sobre o tipo de perfil em que se encaixa melhor.

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Tipos de perfil de investidor

São três os principais: conservador, moderado e arrojado.

Eles se diferenciam por características como o comportamento diante das oscilações do mercado e a tolerância ao risco.

Conservador: Um traço marcante dos conservadores é a baixa tolerância ao risco, que acaba tendo mais peso na tomada de decisão. Preferem focar na preservação do capital e em retornos mais estáveis, com tendência a se expor a ativos menos voláteis, podendo combinar a exposição com estratégias de proteção contra perdas.

Moderado: O apetite ao risco do investidor moderado já é maior do que o conservador. Geralmente, pessoas com esse perfil têm um bom conhecimento do mercado, buscam segurança, mas não abrem mão de oportunidades com bom potencial de retorno. A alocação, de modo geral, depende da capacidade do moderado de suportar mais ou menos a volatilidade e da confiança no potencial de crescimento do ativo.

Arrojado: É o tipo de investidor disposto a assumir mais riscos em busca de retornos mais altos. O arrojado geralmente é bastante experiente, sabe lidar com as flutuações típicas das criptos e consegue manter a cabeça fria tanto diante do medo quanto da euforia do mercado.

Contextualizando

Quem está chegando neste ciclo de alta, logicamente, deve frear o impulso de ir com sede ao pote. É muito tentador ver os ativos se valorizando e achar que vai conseguir logo seu pedaço do bolo. Muitos colocam tudo em risco com esse pensamento, sabendo pouco ou quase nada sobre a dinâmica das criptomoedas.

O iniciante precisa ser mais conservador, pois sem a bagagem de mercado as chances de erro são altíssimas. Um portfólio simples, com criptos mais sólidas, como bitcoin e ether, é um início com o pé mais no chão.

Claro que o iniciante pode evoluir com o tempo para outros perfis, incluindo o conservador, à medida que ganhe mais conhecimento e experiência.

Mas quanto, afinal, ter de exposição a cripto no portfólio? Vou pegar como exemplo o moderado, que fica no meio do caminho entre o conservador e o arrojado.

Neste caso, eu alocaria de 2% a 3% do portfólio em ativos digitais. Isso vai depender também do capital que o investidor tem disponível.

Se você tem R$ 100 mil, 3% do capital é R$ 3 mil, interessante para aporte. Agora, se você tem R$ 1000, 3% do capital é R$ 30, o que já é mais limitante.

Tem que fazer essa conta. No meu caso, o meu portfólio, em geral, fica em torno dos 10% em cripto. Mas pode variar um pouco de acordo com o momento do mercado.

Eu uso uma estratégia popularizada como “Barbell”. A ideia é buscar um equilíbrio entre risco e retorno ao alocar capital em ativos posicionados nos extremos opostos da escala de risco. Para quem não sabe, “barbell” são aquelas barras com dois pesos nas extremidades usadas nas academias.

Com a imagem da barra na cabeça, você consegue visualizar o raciocínio por trás: uma carteira Barbell combina ativos mais conservadores com ativos de alto risco e potencial de alta rentabilidade. Assim, os investidores conseguem manter um portfólio mais estável, preservando o capital, enquanto aproveitam boas oportunidades de crescimento.

O portfólio que montei é baseado em muito estudo e experiência de mercado. Vocês precisam ter consciência de que investir em cripto é mais do que comprar e vender ativos.

Não comece nenhum portfólio cripto antes de entender conceitos fundamentais como:

  • Ciclos de Mercado: Aprender a reconhecer os padrões e ciclos de mercado é obrigatório para quem está começando na criptoesfera. Leia aqui uma coluna que fiz sobre o assunto.
  • Narrativas: Narrativas e tendências de cada ciclo, como vimos este ano com o halving, os ETFs de bitcoin, ETFs de ether e as memecoins, têm influência poderosa sobre o valor das criptos. Neste texto, eu explico o que são e como lucrar com as narrativas.
  • Tecnologias: As criptomoedas nada mais são do que tecnologias criadas para resolver dores da indústria. Ter conhecimento sobre essas inovações, seu funcionamento, aplicação e relevância para o mercado é fundamental para avaliar o potencial de longo prazo dos ativos.
  • Política monetária das criptos: Cada projeto cripto funciona como um mini ecossistema econômico e, dessa forma, tem sua própria política monetária. Conhecido como tokenomics, essa economia das criptomoedas inclui entender como os tokens são emitidos, distribuídos e usados dentro de um ecossistema, aspectos que impactam seu valor.
  • Diversificação: A proposta da diversificação é minimizar riscos e aumentar as chances de retornos positivos. Ao investir em uma variedade de ativos digitais, você reduz a exposição a um único projeto, tecnologia ou setor, protegendo o seu portfólio contra a volatilidade extrema, possíveis falências de protocolos e crises setoriais.

Também aumenta a capacidade de se beneficiar de diferentes tendências e inovações no mercado.
Essas são pilares essenciais que jamais devem ser negligenciados. Se a maioria quer cortar caminho, vá na direção oposta: estude sempre, faça a sua própria pesquisa e acumule prática. O sucesso vem.

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