Mineração do bitcoin faz parte do mecanismo de prova de trabalho da rede (Reprodução/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 19 de abril de 2023 às 09h22.
A Intel, uma importante empresa de tecnologia sediada nos Estados Unidos, anunciou os seus planos para descontinuar a produção de sua linha de chips específicos para a mineração de bitcoin, o Blockscale, como parte de uma política de corte de custos em meio à piora das condições da economia norte-americana.
De acordo com uma reportagem da Reuters, a empresa de fabricação de chips semicondutores deixará de receber pedidos de Blockscale 1000 Series ASICs a partir de 20 de outubro e encerrará o envio dos mesmos até abril de 2024. A Intel teria dito que a mudança se enquadra em uma estratégia de priorizar a fabricação de outros tipos de chips para clientes externos, reduzindo os custos gerais.
A empresa lançou os chips de mineração Blockscale em abril de 2022, dizendo na época que o hardware ASIC teria uma taxa de hash de até 580 gigahash por segundo. Os chips podem ser combinados e mesclados em uma única unidade de mineração. As empresas de mineração de bitcoin Argo Blockchain, Block, Hive Blockchain Technologies e GRIID Infrastructure estão entre as primeiras a utilizar o produto em suas operações.
O CEO da Intel, Pat Gelsinger, teria implementado uma redução salarial de 25% em fevereiro. A empresa está projetando economizar até US$ 10 bilhões com iniciativas de corte de custos e ganhos de eficiência até 2026. A Intel disse ainda que planeja continuar monitorando “oportunidades de mercado” no espaço cripto após a descontinuação dos chips de mineração.
A mineração é o termo que se refere ao processo de criação de novas unidades do bitcoin, que então começam a circular no mercado. Ela é baseada no mecanismo de consenso do blockchain, conhecido como prova de trabalho (proof-of-work, em inglês). Nele, os mineradores verificam transações a partir da resolução de problemas matemáticos complexos.
Os mineradores disputam para ser o primeiro a solucioná-los e ganhar uma recompensa. Quanto maior é o nível de dificuldade desse processo, maior é a competição entre os mineradores, fazendo com que os problemas se tornem mais complexos. Recentemente, a rede da criptomoeda atingiu o seu maior nível de dificuldade de mineração da história.
O recorde coincidiu com o melhor trimestre do bitcoin em dois anos. Com uma valorização de mais de 60%, houve um aumento na demanda pelo ativo e nas movimentações na rede, além do próprio interesse dos mineradores nas recompensas, levando ao novo recorde, que também indica que esse interesse segue forte.
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