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Governo dos EUA movimenta mais de R$ 10 bilhões em bitcoin e faz preço do ativo cair

País possui uma das maiores quantidades de bitcoin no mundo, resultante de apreensões, e gera temor no mercado por possível venda

Governo dos EUA é um dos maiores detentores de bitcoin (Henryk Sadura/Getty Images)

Governo dos EUA é um dos maiores detentores de bitcoin (Henryk Sadura/Getty Images)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 29 de julho de 2024 às 17h30.

Última atualização em 29 de julho de 2024 às 17h44.

O governo dos Estados Unidos realizou nesta segunda-feira, 29, uma transferência de mais de US$ 2 bilhões (R$ 11,25 bilhões, na cotação atual) em bitcoins, pegando o mercado de surpresa e contribuindo para um movimento de queda do ativo após dias de recuperação.

Dados da plataforma CoinGecko apontam que, nas últimas 24 horas, a criptomoeda acumula perdas de 1,1%, cotada em US$ US$ 67.321, revertendo a alta observada na parte da manhã.

O movimento foi identificado pela empresa de análise de blockchains Arkham Intelligence, que apontou que a quantia foi transferida para duas novas carteiras digitais. O montante teria sido apreendido pelo governo do país após uma operação contra o marketplace ilegal Silk Road.

A transferência de um volume significativo de bitcoins chamou a atenção de investidores e gerou especulações sobre uma possível venda dos ativos, na estreia de uma venda semelhante realizada pelo governo da Alemanha ao longo das últimas semanas e que contribuiu para uma forte queda da criptomoeda.

Entretanto, apesar da tecnologia blockchain permitir o monitoramento de carteiras e transferências, não é possível saber com certeza se houve uma venda. James Seyffart, analista de cripto da Bloomberg, acredita que o movimento está ligado à parceria recente firmada com a Coinbase.

Pelo acordo, a corretora será responsável por realizar a custódia de todos os ativos digitais apreendidos pelas autoridades americanas. Ao todo, os Estados Unidos possuem 213.543 unidades de bitcoin, avaliados em cerca de US$ 75 bilhões, e US$ 2 bilhões em outros criptoativos.

O montante significativo torna os Estados Unidos um dos dez principais detentores da criptomoeda, também abrindo margem para temores em relação a possíveis vendas e o efeito negativo que elas teriam no preço do ativo, representando uma forte pressão de venda.

Ao todo, a quantia equivale a pouco mais de 1% de toda a oferta de bitcoin. Por isso, as decisões do governo dos EUA sobre as unidades da criptomoeda são acompanhadas de perto por investidores.

A transferência também ocorreu dois dias depois de o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — que é candidato nas eleições presidenciais deste ano —, afirmar que não venderia nenhuma unidade da criptomoeda caso fosse eleito para o cargo, defendendo seu uso como reserva de valor.

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