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Gestoras começam "guerra de taxas" em busca de vantagem para ETFs de bitcoin

BlackRock, Fidelity, Ark Invest e outras empresas divulgaram quais serão as taxas cobradas para investidores dos seus fundos

Mercado aguarda aprovação de ETF de bitcoin nos EUA (Reprodução/Reprodução)

Mercado aguarda aprovação de ETF de bitcoin nos EUA (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 8 de janeiro de 2024 às 10h19.

Última atualização em 8 de janeiro de 2024 às 10h55.

Diversas gestoras revelaram nesta segunda-feira, 8, o valor das taxas que cobrarão dos investidores nos seus ETFs de bitcoin, que aguardam aprovação da SEC nos Estados Unidos. A expectativa é que os pedidos sejam aprovados até a próxima quarta-feira, 10, com a estreia no mercado podendo ocorrer já no dia seguinte à liberação.

A estreia dos fundos negociados em bolsa de preço à vista da criptomoeda é aguardada há anos por investidores e tem animado o mercado. Devido ao alto interesse nesses produtos, as gestoras entraram no que Eric Balchunas, analista de ETFs da Bloomberg, classificou de "guerra de taxas", competindo para apresentar o menor valor e atrair mais investimentos.

Até o momento, a Bitwise tomou a dianteira na disputa, com uma taxa de 0,24%, sem cobrança nos primeiros seis meses. Já a Ark Invest e a 21Shares - cujo pedido de ETF de bitcoin precisa ser analisado pela SEC até 10 de janeiro - estabeleceram uma taxa de 0,25%, mas ela não será cobrada nos primeiros seis meses de operação ou até que o fundo chegue a US$ 1 bilhão em ativos.

A taxa do ETF das duas gestoras foi atualizada vinte minutos depois da divulgação da taxa da BlackRock - maior gestora do mundo -, que inicialmente tinha a vantagem em relação aos concorrentes. Documentos atualizados junto à SEC afirmam que a taxa cobrada será de 0,3%, mas ela será de 0,2% nos primeiros 12 meses ou até o fundo atingir o nível de US$ 5 bilhões.

Guerra de taxas

Balchunas afirma que a taxa definida pela BlackRock ficou "bem abaixo" do esperado e é um "potencial destruidor imediato" para qualquer outra gestora que tenha definido uma taxa muito superior. Foi o caso da própria Ark, que havia inicialmente informado uma taxa de 0,8%, mas acabou precisando reduzi-la para se manter competitiva.

Já a gestora VanEck definiu uma taxa de 0,25% para os investidores do seu ETF de bitcoin. A Fidelity, que chegou a ter a taxa mais barata por alguns minutos, com 0,39%, agora está em um nível intermediário. Balchunas observou, porém, que ela possui uma capacidade de distribuição maior que a de outras gestoras, o que pode ser uma vantagem.

A gestora Galaxy anunciou uma taxa de 0,59%, que não será cobrada nos primeiros seis meses ou até que o ETF de bitcoin chegue a US$ 5 bilhõe em ativos. Já a Wisdomtree terá uma taxa de 0,5%, enquanto a Franklin Templeton cobrará 0,29%, a Valkyrie, de 0,8% e a Hashdex, de 0,9%.

"As guerras de taxas são intensas, mas esta está em um nível completamente diferente", destacou Balchunas. Ele apontou ainda que, historicamente, as taxas temporárias no início de operações "não mudaram muita coisa" em termos de atração de investidores, que no geral focam nas taxas regulas, de longo prazo.

"Dito isto, dado que todos esses ETFs fazem a mesma coisa [investimento em bitcoin], talvez o resto seja importante, veremos", ponderou o analista. Uma das principais prejudicadas nessa corrida pode ser a Grayscale, que definiu uma taxa de 1,5% para seu ETF.

Além disso, ele destacou que as taxas estão abaixo das cobradas por corretoras de criptomoedas, o que pode obrigá-las a anunciar reduções. A Coinbase, por exemplo, cobra uma taxa entre 0,4% a 0,6% por transação.

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