Redação Exame
Publicado em 4 de novembro de 2024 às 18h13.
O fundo de pensão bilionário Cartwright anunciou recentemente a alocação de 3% em bitcoin. É a primeira vez que um fundo do gênero recomenda formalmente a alocação em uma criptomoeda no Reino Unido.
Entre os motivos por trás da decisão, o fundo apontou a natureza escassa do bitcoin e suas semelhanças com o ouro. Atual maior criptomoeda do mundo, o bitcoin tem valor de mercado que ultrapassa US$ 1 trilhão e graças aos seus fundamentos que acabaram de completar 16 anos no último dia 31, é frequentemente classificado como o “ouro digital”.
Glenn Cameron, head de ativos digitais do Cartwright, afirmou que o bitcoin possui uma estratégia de investimento que se alinha com os investimentos de longo prazo do fundo.
“O que faz o bitcoin se destacar é a sua natureza finita. Nas moedas dos estados-nação, como a libra e o dólar, mais notas e moedas podem ser emitidas conforme e quanto os poderes por trás delas decidirem. Haverá apenas um número fixo de bitcoins – quando o número máximo (21 milhões) for atingido, nenhum outro será criado. Nesse sentido, o bitcoin é comparável ao ouro – existe uma quantidade limitada dele no mundo. Sua escassez é o que o torna valioso”, escreveu Glenn em uma publicação no blog do Cartwright.
A alta volatilidade do bitcoin pode ser um fator que ainda assuste os gestores de fundos de pensão. No entanto, Glenn explicou que a baixa exposição pode garantir a segurança do patrimônio em momentos de queda significativa, por exemplo.
“Se você investir 2%, o máximo que poderá perder é 2% - se chegar a zero. Mas a vantagem é potencialmente significativa”, disse ele. Historicamente, o bitcoin já apresentou períodos de queda significativa, mas nunca chegou a zero. De 2010 até sua máxima histórica mais recente em março deste ano, o preço do ativo já se multiplicou mais de 1,4 milhão de vezes.
“Se você observar as correlações do bitcoin com outras 14 classes de ativos, a correlação de 60 dias gira em torno de zero. Os investidores precisam de determinados horizontes de investimento, e isso precisa se adequar ao seu apetite de risco”, acrescentou Glenn.
Por fim, o head de ativos digitais também mencionou a liderança dos Estados Unidos quando o assunto é inovação. Para ele, o Reino Unido não pode ficar para trás.
“Parece que os EUA são mais uma vez o líder em todas as inovações e mudanças regulatórias relacionadas à cripto. Seria decepcionante ver o Reino Unido e a Europa perderem o barco e perderem uma das invenções mais revolucionárias do mundo no século 21”, disse.
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