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O que vai acontecer com o bitcoin se Kamala Harris vencer eleições nos EUA?

Vice-presidente dos EUA é associada a política mais dura contra criptomoedas, mas deu sinalizações positivas para o setor nos últimos meses

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 5 de novembro de 2024 às 09h30.

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Os Estados Unidos terão nesta terça-feira, 5, uma eleição presidencial que definirá quem sairá vitorioso no embate entre Donald Trump e Kamala Harris. E, pela primeira vez, o mercado de criptomoedas não apenas está desempenhando um papel importante no pleito como também se tornou um tema de campanha.

O fenômeno reflete uma expansão cada vez maior do mercado, o que consequentemente atraiu candidatos interessados em conquistar os votos e doações dos entusiastas de ativos digitais. Com isso, a eleição já está influenciando no desempenho do bitcoin e outros ativos.

À EXAME, especialistas pontuam que o resultado da eleição norte-americana deverá ter um impacto de curto prazo no preço do bitcoin e de outras criptomoedas exatamente pela novidade do setor ter se tornado um tema de campanha.

Harris, por exemplo, é bastante associada por investidores à postura mais rígida do governo Joe Biden com relação às criptomoedas, personificada na figura de Gary Gensler, o atual presidente da SEC. O órgão, equivalente à CVM, ficou famoso por processar diversas empresas e projetos do mundo cripto.

Por outro lado, a vice-presidente buscou se distanciar dessa postura durante sua campanha. No final de setembro, Harris falou pela primeira vez sobre o setor cripto, afirmando que pretende "incentivar tecnologias inovadoras como inteligência artificial e ativos digitais, enquanto protegemos nossos consumidores e investidores".

Mesmo assim, entusiastas do mercado cripto ainda avaliam as falas de Harris como tímidas demais. Por causa disso, a candidatura de Trump é a que mais atraiu o apoio de apoiadores do bitcoin e outras criptomoedas, com sua vitória ficando associada a movimentos de alta do ativo.

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Kamala Harris e bitcoin

Em um relatório recente, a gestora Bernstein afirmou que uma vitória de Kamala Harris faria com que, no curto prazo, "o bitcoin testasse novas mínimas, na faixa de US$ 40 mil". Ou seja, a expectativa dos analistas é que a criptomoeda teria um movimento de queda intenso caso o cenário se concretizasse, mas apenas no curto prazo.

Márlyson Silva, CEO da Transfero, pontua que "por mais que a administração de Joe Biden tenha sido uma das menos amigáveis com a indústria nos últimos anos, a Kamala Harris buscou se relacionar com lideranças do mercado cripto mesmo que timidamente, sem nenhuma campanha específica sobre o tema".

"Essa é a primeira eleição dos Estados Unidos em que cripto se tornou um tópico relevante para levar votos de um lado para o outro. Com 15,56% da população norte-americana investindo nesses ativos e um crescimento de pautas sobre regulamentação do setor, é natural esse maior interesse e impacto das propostas de cada candidato sobre o assunto", ressalta.

Já Samir Kerbage, CIO da Hashdex, avalia que "ao observarmos os comentários recentes da vice-presidente, vemos indícios de que sua administração adotará uma abordagem construtiva para a regulamentação do setor de criptoativos. Vale ressaltar que o novo Congresso americano será o mais favorável às criptos da história, o que deve ajudar a impulsionar a administração a assegurar a liderança dos EUA no mercado de ativos digitais".

"Apesar de algumas incertezas no curto prazo que podem refletir em ajustes de preços, reforçamos que a tese de investimento de longo prazo para criptoativos nunca foi tão forte", destaca.

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