Sam Bankman-Fried deixou comando da FTX após falência da corretora (Bloomberg/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 18 de setembro de 2023 às 17h02.
Última atualização em 18 de setembro de 2023 às 17h57.
Sam Bankman-Fried, ex-CEO e fundador da FTX, revelou na semana passada que escreveu um texto de mais de 15 mil palavras sobre a falência da corretora de criptomoedas. Parte do conteúdo do material, em que o executivo também falou sobre sua situação atual, foi divulgada pelo jornal "The New York Times".
No material, Bankman-Fried diz que se sente "uma das pessoas mais odiadas do mundo" e que "provavelmente não há nada que eu possa fazer na minha vida para ter um salvo positivo". O executivo afirmou que estaria "falido", mas que "eu fiz o que eu achava que era certo", se referindo aos eventos que levaram à quebra da FTX.
Em novembro de 2022, a exchange passou de segunda maior do mercado para um quadro de falência em poucos dias. A quebra ocorreu depois de uma corrida de retirada de fundos por investidores após a revelação de que a FTX misturava e usava fundos de seus clientes.
Desde então, Bankman-Fried foi detido nos Estados Unidos e está em prisão domiciliar, aguardando um julgamento previsto para ocorrer em outubro deste ano. Da casa dos pais, onde ele está cumprindo a detenção, o executivo escreveu o material, planejado para ser uma publicação no X, antigo Twitter, que nunca foi feita.
No material obtido pelo jornal, o ex-CEO da FTX também criticou alguns colegas e comparou momentos de sua vida com músicas de cantoras famosas, como Alicia Keys e Rihanna. Ao mesmo tempo, o executivo tentou apresentar possíveis argumentos de defesa em relação às acusações que enfrenta junto à Justiça americana.
Segundo Bankman-Fried, a empresa de advocacia atualmente responsável por gerenciar a falência da FTX "criou uma narrativa" de que ele teria usado os fundos dos clientes de forma inapropriada. Para o executivo, essa versão "foi criada de uma forma muito eficiente", mas teria "destruído tudo que é importante na minha vida".
Ele disse ainda que chegou a pedir à CEO da Alameda Research, Caroline Ellison, que encerrasse a estratégia de investimento de risco da empresa, que foi fundada por Bankman-Fried e recebia fundos da FTX. Entretanto, a executiva teria negado o pedido, levando à crise de insolvência.
Com isso, o julgamento de Bankman-Fried deve caminhar para um embate de versões entre ele, Ellison e outro executivo da FTX, Sam Trabucco. "Em geral, eu não minto. Isso é algo em que acredito fortemente", destacou o executivo na carta.
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