FBI cria equipe dedicada aos crimes envolvendo criptomoedas nos EUA
A vice-procuradora-geral dos Estados Unidos anunciou a criação de uma equipe de especialistas em tecnologia blockchain para rastrear criptomoedas roubadas em ataques cibernéticos
Cointelegraph Brasil
Publicado em 17 de fevereiro de 2022 às 19h26.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2022 às 20h26.
A vice-procuradora-geral dos Estados Unidos, Lisa Monaco, anunciou que o FBI vai aumentar seus esforços para abordar a fiscalização no ecossistema dos ativos digitais, com a formação de uma nova equipe dedicada.
Em apresentação na Conferência de Segurança Cibernética de Munique, na Alemanha, nesta quinta-feira, 17, Monaco afirmou que o FBI está criando uma “equipe especializada e totalmente dedicada às criptomoedas”, que será chamada de “Unidade de Exploração de Ativos Virtuais”. A unidade incluirá especialistas em criptomoedas, e terá os meios para análise de blockchain que podem, eventualmente, ser utilizados para rastrear e apreender dinheiro ilícito.
A formação da equipe do FBI ocorre mais de quatro meses depois que Monaco anunciou o lançamento da Equipe Nacional de Aplicação de Criptomoedas do Departamento de Justiça dos EUA. Os dois trabalharão juntos para ir atrás da punição para o “uso de criptomoedas para cometer crimes”.
“ Ransomware ('sequestro virtual') e extorsão digital, como muitos outros crimes alimentados por criptomoedas, só funcionam se os bandidos forem pagos, o que significa que temos de quebrar seu modelo de negócios”, disse Monaco. “A moeda pode ser virtual, mas a mensagem para as empresas é clara: se você denunciar, podemos acompanhar o dinheiro e não apenas ajudá-lo, mas esperamos evitar que exista uma próxima vítima”.
Atualmente, o FBI está investigando 100 variantes de ransomware, o que pode resultar em uma potencial apreensão de criptomoedas pelas autoridades dos EUA. Além de intensificar os esforços para combater o crime cibernético no país, Mônaco disse que o Departamento de Justiça lançaria uma Iniciativa Internacional de Moedas Virtuais, permitindo “mais operações internacionais conjuntas para a aplicação da lei”, a fim de rastrear dinheiro ilícito por meio da tecnologia blockchain e incentivar uma regulamentação responsável sobre ativos digitais.
Antes da criação da equipe de aplicação de criptomoedas do Departamento de Justiça em outubro, uma força-tarefa apreendeu mais de US$ 2 milhões em criptomoedas, que haviam sido utilizadas para pagar um resgate após um ataque ao sistema Colonial Pipeline dos Estados Unidos, que é o maior gasoduto do país. Em sua maior apreensão até o momento, a equipe assumiu o controle de US$ 3,6 bilhões em bitcoin e ordenou a prisão de dois indivíduos ligados ao ataque hacker de 2016 na Bitfinex, uma corretora de criptomoedas.
Além da nova equipe de cripto do FBI, Monaco anunciou que sua ex-conselheira sênior, Eun Young Choi, chefiará a Equipe Nacional de Aplicação de Criptomoedas como diretora. Choi disse que pretendia que a equipe trabalhasse para combater o uso ilícito de criptomoedas por criminosos à medida que o espaço cresce e muda.
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