GRIT, da Gala Games, será o primeiro jogo em blockchain disponível na Epic Games Store (Gala Games/Divulgação)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 8 de junho de 2022 às 11h44.
O crescimento do mercado de jogos em blockchain tem movimentado a indústria global de games. A Valve, por exemplo, baniu jogos com NFTs da sua plataforma; já a Epic Games adotou tom mais amigável à nova tecnologia - mas tem sofrido um pouco por isso. Na mesma semana em que abriu as portas para um jogo em blockchain na sua plataforma, a empresa foi vítima de uma criptomoeda que usa o nome do seu principal produto sem autorização, o game Fortnite.
No começo desta semana, a Gala Games, uma das principais empresas de jogos em blockchain do mundo, anunciou parceria para colocar alguns dos seus títulos à venda na loja da Epic Games, que tem mais de 194 milhões de usuários.
O primeiro fruto dessa parceria é o jogo GRIT, um battle royale que se passa no Velho Oeste e foi construído usando o motor gráfico Unreal Engine para efeitos visuais realistas. O jogo será lançado ainda em 2022.
“A Epic é pioneira e visionária na indústria de videogames. A disponibilidade dos títulos da Gala Games na Epic Game Store traz legitimidade a esse novo gênero de jogos. O fácil acesso aos jogos da web3 é um ponto fundamental para os jogadores que ainda não viram como a propriedade digital [com NFTs] pode enriquecer a experiência de jogo”, disse John Osvald, presidente da Gala Games.
Criada em 2020, a Gala Games é uma empresa de jogos em blockchain focada na Web3, que usa descentralização, propriedade dos jogadores com NFTs e sistemas de recompensas, para criar uma nova maneira de jogar. Com dezenas de jogos no horizonte e vários já em pré-venda ou em versão beta, a Gala rapidamente se tornou uma das líderes mundiais deste novo setor.
Um dos jogos mais populares do mundo, Fortnite é o principal produto da Epic Games, com mais de 80 milhões de jogadores. A fama e o mercado bilionário ao redor do jogo chamaram atenção de aproveitadores, inclusive do mercado cripto.
Na última segunda-feira, 6, o CEO da Epic Games, Tim Sweeney, precisou falar sobre uma criptomoeda "fake", que usa o nome do famoso jogo: "Não existe uma criptomoeda do Fortnite. As contas do Twitter que promovem essa coisa são fraudulentas. Os advogados da Epic já trabalham nisso. Além disso, é uma vergonha que mercados de criptoativos permitam esse tipo de coisa".
A manifestação do executivo vem depois que o Fortnite Token começou a ganhar popularidade nas redes sociais e em plataformas de negociação de criptoativos.
Os desenvolvedores da criptomoeda rebateram o líder da Epic Games, dizendo que o projeto "não é um golpe, é uma criptomoeda focada na comunidade de jogadores, que fãs de Fortnite criaram". Eles também afirmaram que o projeto "não tem um dono específico ou empresa por trás".
O fato de ter sido lançado por entusiastas do jogo, entretanto, não ficou claro durante a divulgação do ativo, que dava a entender que se tratava de uma criptomoeda oficial de Fortnite. Além disso, o ativo digital também esbarra em uma série de questões sobre licenciamento de marcas e direitos autorais.
Após a polêmica, o perfil oficial do Fortnite Token foi suspenso pelo Twitter, o site oficial do projeto foi tirado do ar e o monitoramento do seu preço foi desativado em plataformas como CoinMarketCap e CoinGecko. No entanto, continua disponível para negociação na corretora descentralizada Pancake Swap, apesar de ter um baixíssimo volume no momento.
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