Microsoft e Google entraram na briga por espaço no setor de inteligência artificial (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 11 de maio de 2023 às 15h30.
Ferramentas que usam inteligência artificial se tornaram a última moda nas redes sociais e geraram grandes debates sobre o seu uso em ambientes como o trabalho, escola ou faculdade. Apesar da tecnologia existir há décadas, ela ganhou mais popularidade graças a um tipo específico, a inteligência artificial generativa, que consegue criar textos, imagens e vídeos, simular conversas, revisar materiais e busca informações.
Atualmente, o serviço mais popular que usa essa tecnologia é o ChatGPT, mas o sistema de conversas criado pela OpenAI está longe de ser a única opção para quem quer aprender a usar a tecnologia a seu favor, e até se antecipar a uma possível tendência de adoção crescente em diversas áreas diferentes da economia global.
As próprias gigantes do mundo da tecnologia não querem ficar para trás e entraram na briga pela dominância no setor de inteligência artificial. A Microsoft, por exemplo, investe na OpenAI e tem lançado diversos produtos que usam a tecnologia, incluindo no seu buscador, o Bing. Já o Google segue testando sua ferramenta própria, o Bard, e expandiu o acesso a ela para usuários de mais de 180 países.
Gustavo Mee, especialista em inteligência artificial, destaca que "ChatGPT, Bard e Bing diferem entre si em vários aspectos, como modelo de linguagem, fonte de dados e propósito. No entanto, uma das grandes vantagens do Bard é, sem dúvida, a integração com o Google, uma vez que ele é responsável por quase 90% das buscas na web". Conheça as diferenças entre essas três ferramentas!
Desenvolvido pela OpenAI, o ChatGPT é na verdade uma interface de interação com o GPT-4, a inteligência artificial criada pela empresa. Como qualquer outra IA, ela foi desenvolvida a partir de um Large Language Model (LLM), que é um conjunto grande de dados que serve como uma base de treinamento para a tecnologia, fazendo com que ela consiga responder comandos e criar conteúdos.
O ChatGPT foi lançado para simular conversas entre duas pessoas. Nele, o usuário envia um comando, chamado de prompt, que gera uma ação da ferramenta. Desde o seu lançamento para o público, ele passou a ser usado em diferentes atividades: criação e revisão de códigos, organizações de rotina e apresentações, produção de textos, e-mails e roteiros, simulação de conversas, pesquisa de informações, etc.
Apesar da facilidade de realizar essas ações, a principal desvantagem da inteligência artificial é que seu LLM possui dados referentes até 2021, ou seja, há o risco dele fornecer informações desatualizadas, o que demanda revisão dos conteúdos. A OpenAI já trabalha em uma versão que acessará a internet em tempo real, mas ela ainda não foi lançada.
Também já foram registrados casos de "alucinação", que se referem a informações falsas, inventadas pelo chat. Por isso, o ChatGPT pode ser usado como base de conteúdos e apresentações, ajudando a estruturar ideias ou revisar informações, mas também sempre precisa ser checado. Atualmente, a ferramenta também é paga.
O Bing Chat foi lançado poucos meses depois do ChatGPT. Por ser uma criação da Microsoft, ele também usa O GPT-4, mas possui algumas diferenças importantes. A primeira é que ele já possui acesso em tempo real à internet para buscar informações, o que o torna mais atualizado que o ChatGPT. Além disso, ele também é gratuito, mas só pode ser acessado pelo navegador Edge.
Outra diferença do navegador do Bing é que todas as informações fornecidas por ele após as solicitações dos usuários são acompanhadas da fonte em que elas foram coletadas, geralmente um site. Isso facilita a verificação de informações e a checagem das fontes usadas pela ferramenta. O chat também disponibiliza todo o histórico da interação.
Apesar de ter como foco a otimização de mecanismos de busca, ele também pode ser usado para simular conversas e resolver problemas ou revisar conteúdos, além de ser possível usá-lo como um "assistente pessoal" e receber recomendações de filmes, séries, músicas ou outros conteúdos. Outra vantagem dele em relação ao ChatGPT é que o Bing Chat já é capaz de enviar imagens, vídeos, sons e gráficos para os usuários, dependendo da solicitação.
A ferramenta possui três "tons" de conversa: criativo, balanceado e preciso, o que impacta na forma de apresentar os conteúdos solicitados e de interagir com o usuário. Além disso, há um limite de caracteres para os comandos que podem ser enviados e um limite de 20 respostas do chat em cada conversa.
O mais novo "competidor" na luta pelo sucesso no mercado de inteligência artificial é o Bard, ferramenta desenvolvida pelo Google. Assim como o Bing Chat, o principal objetivo dele é facilitar e otimizar a busca de conteúdo na internet. Por isso, ele também possui acesso em tempo real, garantindo uma atualidade maior nas suas respostas.
O Bard também é de uso gratuito, mas ainda não está disponível em todos os países. O Brasil, por exemplo, ficou de fora da fase aberta de testes, assim como a União Europeia. No momento, o Bing Chat e o ChatGPT estão disponíveis para brasileiros. Entretanto, o maior diferencial da ferramenta do Google é que ele usa um LLM diferente dos dois concorrentes, o Pathways Language Model (PaLM). Ela possui uma quantidade de dados e uma diversidade de idiomas maiores, o que pode aumentar a precisão do Bard ao interpretar comandos em outros idiomas, um problema que o ChatGPT tem enfrentado.
Diferentemente do Bing Chat, o Bard não dá a referência das informações que obteve, seguindo um padrão de apresentação de conteúdo semelhante ao ChatGPT. Entretanto, ele consegue interpretar comandos não apenas em texto, mas também em áudio. Ele é capaz de enviar conteúdos em texto, áudio, vídeo ou imagem, dependendo da solicitação.
Outra grande vantagem do Bard é a sua integração com outros produtos do Google, como Gmail e o Docs. Com isso, é possível exportar o conteúdo gerado por ele para essas outras ferramentas, facilitando a integração entre elas. Outro diferencial é que a ferramenta apresenta várias versões diferentes de resposta ao usuário e que podem ser visualizadas, dando mais opções para o usuário.
Mee observa que "o anúncio feito ontem sobre as integrações com aplicativos do Google, como o Gmail, e plugins de terceiros, como Walmart e Spotify, coloca, sem dúvida, o Bard em uma posição que pode ameaçar a posição do ChatGPT".
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