El Salvador perde R$ 370 milhões com bitcoin, mas presidente defende criptomoeda
País se tornou o primeiro do mundo a estabelecer ativo como moeda legal, e prejuízo aumentou com a crise envolvendo a exchange FTX
João Pedro Malar
Publicado em 14 de novembro de 2022 às 11h19.
O prejuízo de El Salvador com as compras de bitcoin realizadas em 2021 aumentaram na última semana, refletindo a forte queda dos criptoativos devido à crise envolvendo a FTX. Entretanto, o presidente do país, Nayib Bukele, defendeu a criptomoeda em um post no Twitter no domingo, 13.
A segunda maior exchange do mercado declarou falência em meio a um movimento de retirada de investimentos por parte dos seus clientes após relevações de falta de liquidez na empresa e críticas sobre a forma como usou o capital depositado e na relação com a Alameda Research, que possui o mesmo dono, Sam Bankman-Fried.
A quebra e os temores de que outras empresas do setor possam passar por problemas financeiros semelhantes levaram a uma queda de mais de 20% na cotação do bitcoin em uma semana. Com isso, as perdas de El Salvador com o investimento se aprofundaram, chegando à casa dos US$ 70 milhões (R$ 370 milhões, na cotação atual).
Responsável tanto pela aprovação da lei que tornou o bitcoin uma moeda legal no país quanto pelas aquisições da criptomoeda - que foram feitas usando os recursos do Tesouro - Nayib Bukele não demonstrou estar arrependido da sua decisão.
"A FTX é o oposto do protocolo do bitcoin. O bitcoin foi criado justamente para evitar esquemas de pirâmide, corridas bancárias, Enron, WorldCom, Bernie Madoff, Sam Bankman-Fried", disse ele no Twitter, se referindo a casos de quebras de empresas e golpes.
Ele defendeu ainda que "alguns entendem isso, outros ainda não", e que El Salvador "ainda está adiantado", reforçando a aposta compartilhada pelo presidente em outras ocasiões de que o bitcoin terá uma forte valorização no futuro conforme sua adoção aumenta.
Um ano depois, a adoção do bitcoin por El Salvador ainda não teve grandes avanços. Uma pesquisa divulgada em outubro aponta que 65% da população considera a decisão um "fracasso", e 75,6% não utilizaram o bitcoin em 2022 como forma de pagamento. Mesmo assim, Bukele segue popular no país, sendo aprovado por 86% da população.
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